Quem sou eu

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Sou alguém assim, quase sem definição, nem grande nem pequena, sou do tamanho certo, a minha cor é da cor que o dia me pinta...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Garota de Pedra K. (02/12/2010)

O que poderia dizer sobre você... menina de cores, flores, amores... menina com espírito de pedra e alma cravejada com diamantes. Menina da noite com olhos de lua minguante e boca de coração, melhor, boca vermelha de boneca de pano.

Menina da arte, arte que vem de dentro, dentro de você que não se explica e nem você explica, até porque não se explica, se sente. Você, mulher de alma grande e coração maior ainda. Mulher da lua, da chuva, do mato, do sonho, da alegria e do choro, do seu choro e do choro dos outros, você que ama sem saber que ama, pensando não amar. Que sonha sonhos grandes e pequenos... e melhor de tudo, realiza sem perceber.

Você que consigo tocar e sentir com os olhos e em seu olhar, tocar sua alma, cheia de magia, uma magia que só você tem. Menina de sonhos, de tempero diferente, tempero que só tem quem sonha e acredita no que sonha.
Meus olhos hoje, estão tão perdidos quanto os seus, num mundo onde não existimos de verdade, somo apenas uma ilusão boa, numa vida de realidade ruim.
Meu sangue grita, seu grito dilata em minhas veias, transbordando em meu olhar um socorro. Help!!!
É um grito de socorro, de liberdade, um grito doído...

...a dor do medo é assim, sem nome, sem voz, sem dor. Só dói...
Quais são as suas mentiras? Quais as minhas verdades? Verdades e mentiras se confundem em mim, porque eu, tal como você, sou uma verdade cheia de mentiras...
Joana, quem é Joana???

Facínio, encantamento, dúvida... Joana me abriu quase todas as portas e nem uma mais...
Descobri um novo jeito de escrever. Descobri um novo jeito de lembrar, um jeito novo de não esquecer. Descobri um jeito novo de amar, de te amar.

26/11/2010

Joana foi porta de entrada e saída, linda de imagem fluorescente, florece em minha alma a cada tarde, dela me vejo em outros lugares. Dela me vejo em flores, amores, saudades.

Saudade (25/11/2010)

Ah... como eu tenho saudade de ter saudades de você... de sentir sua falta, mesmo sabendo hoje que você nunca existiu, que você foi apenas mais uma de minhas ilusões. Vejo você distante de mim. E até das minhas ilusões. Quero seu coração perto do meu e você longe de mim. Alma sem dono. Vida sem vida, coração sem amor.

Escrita ( 24/11/2010)

Minha escrita atropela as palavras, as emoções, os corações, me esmaga dentro de mim e de um eu meu que não mora dentro de mim, mas me visita de vez em quando. Minha escrita passa por cima de tudo, até de mim.

Escrever me destrói, mas acima de tudo me constrói, minha escrita... me constrói dentro de mim. Nas paredes do meu corpo. Meu corpo, minha alma, minha vida... escrita, minha escrita.

Menina Poeta (23/11/2010)

Este texto é para uma pessoa muito especial, acho que talvez ela nem saiba o quanto tem sido importante pra mim, mas é, viu minha flor... Te gosto muito, te quero bem...

O que mais posso dizer sobre você... você tão poeta, tão menina. Poeta eu? Não chego aos seus pés... flor de margarida rosa, ah, perdão, sei, você prefere ser negra, em preto e branco.

Já não tenho palavras para descrevê-la. Meus olhos se escondem de vergonha de você, tão jovem, mas infinitamente poeta. Hoje você brilha amarela como um girassol, que gira ao sol. Sim, você brilha com gostinho de bolacha passa-tempo... com olhos cintilando o meu coração. Estrelinha que brilha no céu de minha boca.

Quando penso em você, sinto mil flores desabrochando dentro de mim, me fazendo cócegas na alma. Anseio o dia em que ao tocar seus lindos fios loiros, você, mais uma vez com seus olhos de borboleta azul saltitante, me leia, me devora, me sinta, me visite a alma e acaricie meu coração.

Você tem olhos e ouvidos saborosos como algodão doce e beijo de namorado pela manhã. Embora você se veja em preto e branco, eu te vejo colorida como um arco-íris. Te admiro... agora, mais que nunca, menina leitora, poeta menina...
"A poesia é o tempero do texto. Pode ser de canela ou de pimenta, você escolhe..."
O que dizem as vírgulas?...


...ah... elas dizem muita coisa...
Quero um chiclete, o seu chiclete, o meu chiclete, um chiclete que grude, que me grude em você e não desgrude nunca mais. Ah... o sabor? Tanto faz...

Lua ( 23/11/2010)

Meu coração bate descompassadamente e suas batidas saem como sinos em meus ouvidos sem voz. Minha boca está cheia de lágrimas de um choro que engoli. Mas sinto em mim uma lua cheia, cheia de mim, cheia dos outros, cheia de todos. Cheia de um cansaço meu, exaurido de mim, de uma vida que não é minha, uma história que não me pertence. Mas que me cansa.

22/11/2010

Hoje eu tomei algumas gotas de um líquido com sabor de dormência. Ele me fez bem, me fez calma, fez calma a minha fera, mas não foi suficiente para sarar aquilo que sinto. Aliviou o terror e o medo. Manchou meu vestido azul de menina que chora, chora dentro de si sem poder sair de sua prisão. Que prisão cruel e sem fim.

Folha (22/11/2010)

Me sinto constantemente uma folha em branco. Disposta a aceitar novas palavras, novas escritas, novas histórias... horas me sinto escrita em minhas próprias linhas. Sejam elas da vida ou do tempo.

Sou escrita suave, manhosa, com gosto de maracujá ao amanhecer, às vezes também sou docemente amarga como chá de boldo, mas ao menos eu sei que essa sou eu, folha amassada, pisada, suja de terra, de vida, escrita com caneta que estoura e mancha o papel de tinta azul. Eu tenho gosto de arte e como dizia Cássia Eller... e sabor de fruta mordida...

Medo (22/11/2010)

Quanto mais escrevo, muito mais quero escrever.
Escrevo e com minhas palavras e meus versos, versos que são meus, desenho árvores, me desenho em mil árvores... porque árvore é o que sou e me sinto ser. Sou árvore, mas muito mais que árvore, sou casa vazia caindo aos pedaços na estrada, sob a chuva e um sol verde de cores indefinidas, me vejo embaçada sob a mesma chuva que não tem gotas de orvalho suficientes para lavar de minha alma esse cheiro podre que sinto exalar dos meus ouvidos surdos.

Sou cega, surda e muda, não sei quem sou e menos ainda o que pensam de mim por aí. Porque sou a parte podre do mundo que precisa morrer. Sou tudo e nada, sou Raul Seixas, já morto e apodrecido. Sou eu com todo o meu fedor. Nem sei se resistirei essa tarde... será que o que eu disse se concretizará? Tirem de perto de mim todas as facas e armas contra mim.

Deus, não me abandone essa hora. Talvez essas palavras nem expressem a profunda angústia que sinto. Estou com medo dele e de mim. Tenho medo da parte de mim que vem dele. A loucura me aflige... meu corpo está dormente e eu tenho medo da morte. Não quero mais escrever...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Passageira (22/11/2010)

Na estrada sou poeta. Não sou vozinha. Sou passageira, fulgaz, na estrada, só na estrada...
Na estrada sou gente, sou eu, sou flor do campo que brota no asfalto... sou estrada, sou vida, sou caminho... eu sou estrada, estrada de espinhos e nada mais.

Na Estrada ( escrito em 22/11/2010)

Na estrada vejo casas e plantas e árvores...
Na estrada vejo as minhas e as suas árvores...
Na estrada vejo você, meu anjo, meu sonho, meu homem, na estrada... me vejo em você.
Na estrada somente vejo, vejo um homem com cara de Brasil e vejo o Brasil com cara de homem.
Na estrada vejo o verde e o amarelo se fundindo, vejo o azul, o rosa e o céu, do meu Brasil...
Na estrada, somente vejo, não ouço, não falo, mas vejo, só vejo...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Joana (22/11/2010)

Joana me impregnou de uma couraça poética, da qual agora é impossível me libertar...

está em minha pele, meu rosto, meu cabelo, meu corpo e meu sangue, agora está em mim. Parte dela me completa e me compõe, pedaço bom que me faltava. Da qual agora também faço parte e não quero deixar morrer como tantos outros pedaços de mim que ficaram na estrada, é, agora escrevo também na estrada, caminho de casa e do trabalho, da escola também.

Joana, estou impregnada de você, embora, muito embora, não chegue aos seus pés...

Estrada (escrito em 22/11/2010)

Acompanhei a sua construção, seu renascimento, vi você nascer, crescer, se esticar, estrada, tão bela estrada... de ida e de volta, estrada, somente estrada.

Pais (21/11/2010)

Escrever sobre pais e sobre homens é algo que dói em minha alma, não sei se posso definir o que é um pai depois de tudo que tenho vivido nos últimos dias.

Pais, coisas boas ou ruins? Pai, ter ou não ter? Que opção seria a melhor? O que na verdade significa ser pai? Não sei descrever, ser pai é dar comida? Dinheiro? Aliás, ser pai é ter dinheiro? Ou afeto? Afeto sem comida na mesa? Ou comida farta e pancadaria no quarto?

Poxa, me explique quem conseguir, quem tiver um pai, porque o meu morreu e nem sequer se apresentou a mim de alma lavada e cara limpa. Até hoje, eu só consegui ver uma máscara daquilo que jurava ser um rosto.

Infelizmente, esse rosto, ele não existe, é apenas uma farsa daquilo que se quer, ou até tenta ser, mas não é, e acredito eu, com toda a minha desesperança, jamais será. Não sei se devo ou não ter saudade, chorar a sua morte, apanhar para mim a sua pesada cruz. Quem é você porra!!! Como eu queria agora olhar dentro dos seus olhos e ver você, mas eu não consigo, você se esconde de mim.

Como eu queria te odiar, mas eu só consigo te amar, amar e amar muito mais do que a capacidade humana consegue alcançar, mas juro, por tudo que há de mais sagrado entre o céu e a terra que eu queria te odiar com todas as forças do meu fraco coração, te odiar com todas as minhas veias, com o meu sangue, com todas as lágrimas que já chorei por você. Queria te odiar, somente e apenas odiar você que amo, odiar o amor que sinto por você imperfeito como é...

Tio E. (escrito em 21/11/2010)

E você meu outro tio, irmão caçula de minha mãe, como você foi bem feito, acima de todos os defeitos escondidos sob seus cabelos já grisalhos. Pai de três lindas filhas, marido de uma mulher de imperfeições quase perfeitas. Cheio de uma luz, de uma autoridade que poucos homens conseguem ter sobre a própria família, autoridade quase ou demasiadamente amorosa e carinhosa, autoridade perdida nesse mundo sem limites, sem disciplina, um mundo sem pais como você.

Você cheio de uma paternidade que só um pai presente como você consegue ter, pai incapaz de decepcionar o coração de sua famílis, de perturbar a paz do seu lar de amor... construído tijolo a tijolo com o cimento do mais puro e invejável amor.

Como a sua família tem sorte de ter um pai como você, cheio de você e de um amor, amor que só um pai como você, assim do seu jeito consegue ter.

Tio J. (escrito em 21/11/2010)

Tio, talvez você nem imagine o quanto eu te admiro, você tem dignidade, você sim é homem, muito mais que homem, você é um pai de verdade. Você é um homem admirável, meu Deus, nem tenho palavras para descrevê-lo.

Tive oportunidade de te acompanhar e observar durante um ano, e juro, como invejei seus filhos... como queria ser um deles... quantas vezes dormi chorando, só por não ser além de sua sobrinha, só por não ter tido a oportunidade que tiveram seus lindos filhos, que talvez, sequer têm noção da preciosidade que têm em casa.

Obrigada por ser meu tio, obrigada por ser quem é, sem mudar pontos e vírgulas, nem acentos. Obrigada, apenas por existir... sendo quem é com tudo que tem ou não, por tudo que é ou não é, por ser você, só você, do jeito que você é, com todos os pontos e vírgulas da sua maravilhosa existência. Obrigada, obrigadas, somente obrigada, já que nada mais posso fazer, nada mais posso sentir se não essa profunda gratidão pela sua vida e por ter você na minha vida... te amo, meu tio, meu pai, meu homem, tão perfeito diante da imperfeição que não se explica... que as mais belas palavras são ainda insuficientes para descrever...

Revolta (escrito em 21/11/2010)

Hoje assistindo ao jornal, senti uma revolta e preciso falar, melhor, escrever, registrar, porque a caneta se faz minha boca, minha voz, minhas palavras e o papel, um porta voz dessas palavras. Como dói ver o mundo como está. Aos poucos se acabando... natureza inexoravalmente revoltosa, pessoas se matando e matando os outros.

Quem deu a você, o direito de tirar a vida alheia homem? De tirar a sua própria vida? Não consigo admitir que alguém maltrate seu semelhante por ser diferente, por fazer opções das quais tem direito. O que é homofobia? Isso não deveria sequer existir. Ah... se eu fosse Ayann, como eu queria ser como ela, ter a coragem e a dignidade que ela tem.

No meu mundo jamais permitiria abusos, homofobia, xenofobia e tantas outras fobias e falta de limites de jovens mimados. Quem eles pensam que são para violentar assim a personalidade e a intimidade das outras pessoas. Queria gritar, pular e mostrar ao mundo que gente é apenas gente, pessoa é pessoa e ser humano é vida, ser, alma, coração, sentimento e não apenas homem, mulher, que gostam de homens e mulheres e homens, meu Deus, como o mundo precisa mudar, o homem, falando racionalmente de homem, precisa evoluir muito... muito para entender as coisas da vida, da alma e de um Deus que só consegue saber que ele existe, quem tem um coração que sente e uma alma que chora sobre esse coração. Aliás, somente quem consegue chorar... apenas chorar... lavar a alma...

Epitáfio (escrito em 21/11/2010)

Aqui jaz uma menina, menina que morre deixando de herança apenas o dia e a noite que viveu, deixando a lua e o sol que banharam, deixando de herança apenas a saudade nos corações alheios.

Morre hoje uma menina de grandes sonhos, de ideais idealizados, sonhos muito bem sonhados ao longo de quase uma vida inteira. Morre hoje alguém quase ninguém. Alguém que leva consigo os outros, deixando aos outros muito de si, mesmo que os outros julguem muito pouco esse muito ou apenas se recusem a enxergar o que ela deixa.

Ela morre para renascer... e prefere morrer queimada, para ressurgir das chamas, das cinzas, seja lá o que se torne. Ela morre, apenas morre, de corpo e alma, mais de alma que de corpo. No momento em que morre, seu estômago borbulha e faz cócegas dentro dela, mas ela não consegue rir, porque está morrendo.

Seu coração sofre e chora a sua morte no momento em que está morrendo. Aqui jaz uma menina cheia de traumas causados pelo pai, homem mais querido e amado de sua vida. Aqui jaz uma menina, uma mulher, um coração, uma alma que acabou de descobrir que nunca teve pai, teve apenas mais um homem ao seu lado, lado esquerdo do peito. Alguém aí pode me dizer quem é essa menina?

- Essa menina sou eu. Sim, morri hoje e veja, já me decomponho, estou fedendo inclusive. Hoje eu morri, amanhã, quem sabe, eu renasça... eis a minha herança. Tome, é sua.

Secadores (escrito em 21/11/2010)

Ao som dos secadores, embaixo dos cabelos crespos, lisos, ondulados, grossos e finos, ouço histórias... histórias de mulheres amadas e felizes, mal amadas, infelizes, histórias, histórias de mulheres. Mulheres dignas e indignas, histórias até de putas e prostitutas, com todo respeito que tenho às mulheres. Histórias de mulheres traídas pelas putas, sentadas na mesma cadeira, mulheres e amantes... ouço histórias, estórias, desabafos... ouço histórias de mulheres...

Mulheres que amam demais, mulheres que não amam, histórias de mulheres que não são amadas e daquelas que pensam ser amadas, mas não são, mas são mulheres. Ouço inclusive, histórias de meninas... meninas quase mulheres, mulheres que ainda são meninas, meninas que se recusam a ser meninas, mas meninas. Às vezes maduras, às vezes só meninas que brincam até com seu próprio coração pensando estar brincando com o coração alheio. Meninas e mulheres que choram suas dores em frente ao meu espelho.

Os secadores cantam e contam histórias, íntimas e alheias, soprando ao meu ouvido de ouvir, somente ouvir. Mas eles não se limitam a isso, contam também as minhas histórias para elas, elas lá, sentadas, me olhando e se olhando, rindo ou chorando, vivendo... só vivendo... vivendo o quê?

Vivendo sim, uma história, a sua história, a minha história, vivendo histórias, apenas histórias, infinitas, histórias de mulheres...

Pedaço (escrito em 16/11/2010)

Hoje, por um segundo, um único segundo, eu queria morrer, não mais viver neste mundo de desilusões profundas de onde venho, de onde sou com todas as miudezas do meu ser. Os detalhes mais íntimos do meu ser são seus, vêm de você. Mas como posso eu, tão menina, tão humana, ser parte de você. De um ser tão obscuro e tranparente.

Você me deixa confusa, sem saber se devo ou não, viver, morrer, sei lá... mas, quem é você afinal, conflito meu. Hoje, você que me deu a vida, com a mesma intensidade, arrancou ela de mim. Sem pena de me ver morrer. Às vezes acredito que você definitivamente não vale a pena, nem a vida, nem a morte, nem amor, nem ódio, você vale apenas a pena, piedade que sinto por você, nada além disso.

Às vezes me pergunto se não deveria somente te esquecer, apagar você de mim, da minha vida. Monstro com cara de anjo. Anjo sem coração, sem limite talvez. Afinal, o que é você e o que você é? Pedaço escuro da minha alma. Pedaço de mim que não chora, não sofre, não sente, pedaço que não ama. Pedaço, apenas um pedaço sem jeito. Pedaço errado, pedaço podre, que fede, parte maldita.

Você meu inferno... não só meu, mas dela também, ela que quis ser seu céu, sua vida, seu prazer, mas que teve de você apenas o desgosto e o gosto amargo dos seus lábios. Ela que de presente ganhou apenas o lodo do seu coração de lama, sem vida, sem dor, sem amor. Pedaço ínfimo de mim.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Inveja Boa (escrito em 12/11/2010)

Ah... como eu tenho inveja de vocês, vocês de sonhos tão simples, de alma ingênua... como eu queria sonhar assim, seria tão mais fácil, seria fácil, seria bom... Queria desejar os seus desejos e anseiar os seus anseios. Como seria bom sonhar os seus sonhos... como queria ter seus corações, tão felizes com tão pouco, jamais menosprezando o pouco de vocês, mas de fato, esse pouco é muito e muito que baste para ser feliz.

Casar, ter casa, ter filhos e filhas e filhos... é tão lindo, romântico, mas não me basta, eu não consigo encerrar aí, não dá para mim pensar casamento sem estudo, sem emprego, meu emprego tão sonhado, sem dinheiro que seja bastante para atender às minhas necessidades, até mesmo os meus mais fúteis caprichos de menina meio mimada. Seria impossível para mim, seria como sonhar pela metade, ser metade de mim, metade de tudo que sou. Seria como deixar morrer um pedaço de mim e dessa forma, eu seria alguém sem alma, sem plenitude, sem divindade, seria como ter olhos abertos e alma adormecida.

Quando os sonhos adormecem, a alma não consegue ser plena em ser alma. Não consigo entender como algumas pessoas deixam de sonhar por causa dos outros, em prol de um casamento que depois de alguns anos, nada mais é do que mais uma frustração em suas vidas. Não, não é o caso de vocês, para quem escrevo hoje, vocês são felizes assim, falo de pessoas submissas ao apego à dependência de alguém ou algo que as impede de serem plenas, sendo elas mesmas, deixando morrer os sonhos de maior importância para elas.

Infelizmente, ou felizmente, eu não sei ser assim, nem ser como vocês, que não deixaram morrer nem um dos seus sonhos, viveram e vivem plenos, mas com os sonhos mais simples e mais lindos. Com os seus sonhos, apenas sonhos simples... sonhos que de tão pequenos, se tornam tão grandes, acarretando talvez mais consequências que os meus ou talvez não.

Viver os sonhos, seja o sonho, qualquer que seja, pequeno que seja, é um risco que se corre de errar ou acertar na vida, nas coisas da vida. Porque sonhar o que se sonha é opção que se faz por aquilo que se é ou não é. E o sonho é algo que nos invade ainda muito pequenos, muito pouca gente, e às vezes nos acompanha dia após dia, ao longo de quase uma vida inteira. Horas adormecem, porém esses cochilos dos sonhos, ah... são tão perigosos... porque às vezes, quando eles acordam, arrebatam almas, corações, mentes e sequer esperam um segundo para acontecer. Eles simplesmente acontecem... dentro ou fora da gente...

Os sonhos são capazes de despertar paixões na gente, que nem a gente entende porque escolhe esse ou aquele caminho. Parece algo exterior à nossa inteligêcia, ao nosso entendimento. Mas possível de entender porque todos nós, invariavelmente, só apostamos a fundo, apostamos tudo que temos e até a nossa própria vida naquilo que acreditamos, porque sonhar é algo fundamental à vida e existência humana, mas, muito mais fundamental que sonhar...

... é viver o sonho que se sonha...


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

E. M. (escrito em 08/11/2010)

Um verdadeiro enigma para mim. Por fora, um rosto meigo, olhar suave, fala muito mansa, nunca se sabe o que de fato existe dentro dos seus negros olhos. Pessoa capaz de explodir a qualquer momento, por dentro... um verdadeiro furacão, capaz de arrebatar qualquer coisa e até pessoa com sua força, que acredito eu, nem ela sabe que tem e de onde vem. Parece borbulhar por dentro o tempo todo, queimar, arder em chamas capazes de queimar inclusive ela mesma, mas também com um coração cheio de amor e caridade.

Imagine que, quando penso que ela vai explodir na mais depressiva angústia, não, ela explode sim, mas é da mais pura, ingênua e inocente felicidade capaz de contagiar. Juro, não consigo definir você. Não consigo descrevê-la, aliás, nem consigo vê-la. Mas afinal, me diz, me diz... quem é você?

Manso furacão!!!

Florzinha A. D. (12/11/2010)

Escrevo para você, minha flor, florzinha rosa. Sim, dentro de mim você é rosa, rosa como flores, lilás como um lindo céu azul, porque até o meu céu, o céu que vejo e te vejo é rosa e nele reflete o seu lindo rostinho loiro, de olhinhos rosa pintados de verde, pintados de negro, pintados... pintados de você, flor que ilumina feito vagalume, flor que ilumina algo escuro, escuro como você é para mim, escuro como sua alma clara, de tão clara transparente, escura como a sua solidão no mundo, no universo das cores, das flores, dentro de você rosa, translúdido e diáfano.

Flor dos meus campos, dos meus cadernos, flor dos meus e dos seus olhos...

verdes...?

Não, rosas... só rosas...

Como você!

Saudade...(12/11/2010)

Há muito tempo te escrevo e você não me lê. Escrevo em minha face, no meu rosto e corpo, o meu mais simples gesto é um escrito a ti em desespero. Escrevo paro os seus olhos vazios, para o seu sorriso distante, escrevo para que volte para mim. Escrevo, apenas escrevo para que me veja, que me olhe, me aceite de volta, de volta para mim e para você, me aceite de volta em seu peito doído, mas meu.

Quero voltar para você e que você volte para mim. Será que um dia isso será possível? Viver, voltar e sermos como antes, antes de tudo acontecer e você se findar na sua solidão, me excluindo do seu eu mais íntimo. Acho que você nem vê. Nem vê o quanto eu sinto falta de te ver, te tocar, te amar, o quanto sinto sua falta, o quanto sinto saudades de você...

CANTO (ESCRITO EM 12/11/2010)

Hoje eu queria um canto aqui, aqui entre nós e entre eles. Queria um canto para mim hoje aqui, queria aqui meu canto, para escrever nas linhas da vida, com a tinta da cor que eu desejo, do tamanho dos sonhos que eu tenho. Queria apenas escrever, escrever, escrever, escandalizar os verbos, os sonhos, delírios de fantoches. Dar vida aos meus fantoches, adormecidos dentro de mim, do meu eu mais escuro e profundo. Saiam aqui, agora! Saiam e mostrem às pessoas quem eu sou, mostrem a mim também, pois às vezes não consigo ver, me ver, no espelho de casa, do banheiro de casa, todo esfumaçado de vapor. Lá eu sou uma imagem, algo sem definição, algo que palavras não descrevem...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PALAVRAS (escrito em 12/11/2010)

As coisas escritas vêm assim, sem esperar, sem esperança, nascem dentro da gente, sabe, da alma da gente e morrem ao tocar o papel, porque são como palavras ao vento, jogadas ao vento, de cima de uma montanha, alta, bem alta, tão alta que é impossível vê-las lá embaixo, lá naquele penhasco, se é tão dofícil vê-las, catá-las então, só morrendo junto com elas, e morrer, isso eu não quero, não poderia...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Passou (escrito em 12/11/2010)

No meu delírio mais profundo eu te encontrei. Mas você não me viu e passou, passou por mim, só passou...
E não me viu e nem olhou, apenas passou como vento que passa e não volta, como flor que floresce e se deixa cair seca ao chão de terra se tornando o próprio alimento...

Mas você passou e me levou, não me viu e passou. Se quer me esperou, não me levou, por que me deixou? Por que ficou e não só passou? Porque me deixou te ver... Mas porque passou??? Não vê que eu te vi, ou me enganei? Delírio meu...

Menina dos Caracóis R. (escrito em 12/11/2010)

Como queria ter seus olhos verdes serenos. Olhos meigos cheios de amor, caridade, bondade, verdade e medo. Medo de ser quem não é. Medo de sentir o que não sente e por não sentir, tem medo.



Queria ter, não o seu medo, mas talvez o seu ser, simplesmente ser. Ser seu pai, tão presente pai, mãe de acalento. Queria ser a sua vida, sua alegria, seu sorriso, sua pureza e divindade. Queria às vezes ser você. Entender como você. Ver as coisas que vejo como você me fala que vê.



Pessoa ingênua, adulta, menina de sonhos. Que vê a família como família, o pai como pai, a mãe como a mãe, a irmã como irmã e não o pai como filho. Que vê o mundo como um lindo lugar. Lugar onde ainda se pode semear sementes de sonhos que nascerão ao amanhecer. Mulher tradicional que nasceu para casar, viver e ser feliz para sempre. Sempre como nunca existiu, nem mesmo nos contos de fadas. Mas um mundo onde você inventa o seu conto e me conta.

Como é lindo o seu sorriso puro, tão puro da pureza divina que poucas pessoas conseguem ter, eu então, jamais terei, sou impura demais, perto dos seus olhos verdes, eu sou apenas eu, com todo o lodo que me cobre a face. Com toda a sujeira que me assola o corpo, a alma e o pensamento. Você é tão linda de alma pura e caracóis dourados na cabeça e eu sou apenas eu, perto de você, sou quase nada. Menina singela...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ombro Amigo (escrito em 05/11/2010)

É Val... talvez em seu sonho, lá, você soubesse realmente que a única coisa da qual eu preciso é de um ombro amigo para amparar as minhas lágrimas contidas há tempos... sabe, tenho medo até de pensar que elas virão à tona, porque elas virão, só não sei de que forma isso acontecerá e me angustio só de pensar.

Você talvez não imagine o quanto tenho me angustiado, o quanto o medo tem tomado conta de mim. O medo de perder o que ainda estou construindo, mas corro grande risco de perder na busca de um sonho não realizado.

Espero sincera e profundamente que as lágrimas que você viu em minha face sejam de profunda alegria e não de tristeza, da tristeza que sinto hoje. O choro que você viu lá, as lágrimas cansadas, o apelo, o desespero, está tudo aqui, guardado comigo, preso em meu coração doído e exausto de tantas vezes chorar, sangrar, doer.

Me veja mais vezes em seus sonhos. Ampare mais vezes minhas lágrimas cansadas e desamparadas de ombros dispostos a consolar meu grande e angustiado, meu coração machucado. Permita que minha alma em desespero te visite mais vezes, ao menos em seus sonhos, para que mais uma vez, ao menos uma vez e mais outras e outras e outras eu chore no acalento do seu peito, do seu ombro de mulher, de amiga, de mãe, no seu ombro caridoso de coração tão bom e grande, grande coração imenso. Me deixe visitá-la mais vezes...

IRMÃO J. (escrito em 03/11/2010)

É difícil escrever hoje e não falar de você, você que nasceu, viveu e aos poucos foi crescendo junto comigo. Superando cada dificuldade e olhe que não foram poucas, ultrapassando todas as fases da minha vida e da sua...

Ah... como eu queria comprar todos os seus sonhos e te dar de presente. Acho que você talvez nem imagine o tamanho do meu amor por você. Talvez eu também nunca tenha dito o quanto eu te amo. Você, hoje um garoto de 18 anos, é um homem admirável, um menino cheio de sonhos que, com fé em Deus vão se realizar bem antes do que você e eu podemos imaginar. Menino de alma grande e coração puro, do mais puro sentimento. Pessoa com senso de justiça e humildade.

Sabe o que eu mais admiro em você? Sua responsabilidade e determinação, talvez, traços mais fortes e mais bonitos da sua forte personalidade. Eu percebo que talvez eu tenha sido criada com mais rigidez do que você e apesar de termos sido criados pela mesma mãe, você aprendeu infinitamente mais que eu, valores que talvez eu nem de perto cheguei a aprender.

Fico triste de não poder te dar tudo que você queria hoje e mais triste ainda de não poder realizar ao menos um dos seus sonhos. Mas saiba que rogo a Deus todos os dias para que tudo aconteça para ti e para que você se realize plenamente, para que a sua estrela brilhe e brilhe e brilhe... mais do que você já brilha no meu coração pequeno, mais do que o brilho mais brilhante da mais reluzente e ofuscante estrela do céu. Te amo...

Por você sou capaz das maiores loucuras. Sou capaz do bem e do mal, do ódio e do amor. Porque ao mesmo tempo que te odeio nas mais passageiras brigas, sou mais capaz de odiar quem te odeia e de amar quem te ama.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Meu Menino G. (escrito em 02/11/2010)

Às vezes invejo você. Invejo a sua juventude e jovialidade, mas acima de tudo invejo e admiro a sua simplicidade, o seu gostar das coisas simples, das pessoas simples, o seu jeito simplório de ser. Eu te amei por ser assim. Eu amei você com tudo, apostei todas as fichas, únicas que tinha, nesse amor, no seu amor e graças a ele, ao bom Deus está dando certo.

Admiro oseu jeito simples de ver a vida, de resolver problemas, seu jeitinho de me olhar, e  lá no fundo dos meus olhos ver aquilo que sinto, mas não falo, aquilo que se mostra somente através daquela lágrima que escorre na minha face.

Adoro quando estou assim e você me dá aquele abraço capaz de acalentar meu coração doído e acalmar a minha alma em desespero, porque você tem uma energia boa, uma aura tranparente e iluminada, capaz de iluminar a sua vida e a vida daqueles que o rodeiam. Me ensina a ser assim... quero ser como você. Te admiro por dentro e por fora, de lado, de costas e até do avesso.

Às vezes tenho raiva de você, mas logo você faz passar e me traz novamente coisas tão boas quanto as de antes. Sim, porque cada dia com você sinto algo novo, te admiro de um jeito diferente. Com você me sinto segura, amada, desejada, mulher e menina, você meu amor, amado-amante, você meu amigo e meu cúmplice, você, do jeito que você é, meu, só meu, de mais ninguém, meu homem, meu menino...