Quem sou eu

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Sou alguém assim, quase sem definição, nem grande nem pequena, sou do tamanho certo, a minha cor é da cor que o dia me pinta...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Beijo (escrito em 10/08/2011)

Não consigo. Mesmo que eu quisesse ou até mesmo querendo, não consigo viver sem você. Quando meus lábios tocam os seus, sinto com enorme precisão o seu beijo gélido e metálico, e o pior é o quanto eu adoro o seu sabor amargo que encanta os meus sentidos dando-me vitalidade para ser aquela figura disforme quase turva, porém alegre, amiga, falsamente simpática, escondendo de mim mesmo a face triste que é minha e vejo no espelho, me camuflando e me "camaleando" nas faces que não tenho, mas que encontro em ti lata, garrafa, copo, cigarro!

Cabana (escrito em 04/08/2011)

Tenho vergonha do quarto, do seu hálito de suor, da cama, das "artes" que fiz escritas nas paredes deste cômodo imundo. Sujo de mim e de você.
Não, não tenho vergonha de ser como eu sou, com palavrões na boca, com as minhas histórias curtas, bobas e pouco interessantes. Não tenho culpa do que escondo sob a face meiga que me cobre. Pois... muito prazer! Essa sim, sou eu de verdade. E quem quiser me descobrir, precisará tirar o véu, melhor os véus (dos meus e dos seus olhos), além de fazer um pequeno círculo de limpeza na poeira da janela para me ver. É... querida, é isso que eu sou... uma cabana empoeirada no meio do nada. Tenho algumas plantas dos lados, mas eu sou a cabana empoeirada, sozinha e principalmente abandonada por uma família que há tempos (ou nunca) fora feliz neste abrigo.
Mas hoje me abro a ti. Venha, venha me conhecer no íntimo e se surpreenderá. Você verá a bagunça deixada para trás reconhecidas através da xícara bonita e ornada com flores, além dos restos de alimentos largados em cima da mesa.
É... quem diria... já fui um lar. Já fui uma família composta por pai, mãe e crianças felizes. Já fui limpa, florida e arejada, já tive jardins nos quintais e varanda, já fui pomar de frutos doces e saborosos. Já fui crianças a correr em meu interior, já senti na pele seus gritos. Mas hoje, somente uma palavra me define: abandono.


Muito prazer! Seja bem vinda! Entre, pode limpar e se aninhar em mim novamente se quiser... nasci para ser abrigo! E não solidão...