Quem sou eu

Minha foto
Sou alguém assim, quase sem definição, nem grande nem pequena, sou do tamanho certo, a minha cor é da cor que o dia me pinta...

domingo, 20 de março de 2011

Solúvel (escrito em 18/01/2011)

Agora me sinto impotente e não sei o que fazer. Me sinto como se não existisse. Sinto dor sem sentir. Estou tremula, porém meu corpo não treme. Eu sou água, ou algo que se dissolve nela. Me sinto em pó, em gel, algo frágil. De vidro ou cristal, talvez. Vidro que racha mas não quebra. Só não quero que as pessoas me vejam assim. Sou folha seca levada pelo vento. A escrita é como o vento, ela me leva para onde quiser. Me leva aos extremos da emoção, da alegria eufórica à mais profunda tristeza. Na escrita sou sozinha, não tenho pai, mãe, irmão, ninguém. Sou apenas eu dialogando comigo mesma no meu mais profundo interior.Vejo as pessoas, mas elas não fazem parte de mim. Sou algo indefinido, me sinto pedra, gesso, angústia. Sinto um peso que talvez não exista. Queria ser poeta e descrever o que sinto. Quero flores no jardim e na alma. Quero acampar no mato, sentir a natureza em meus pulmões, em meu rosto. Quero desejo sexual. Quero coisas, muitas coisas. Quero minha casa arrumada. Quero meus desejos realizados. Quero fazer bolinho de chuva e adormecer no sofá depois de assistir a sessão da tarde comendo pipoca. Quero suco de laranja e chá de maçã para dormir à noite. Quero mãe perto e medo longe, bem longe. Quero amigos e nesses amigos, pessoas em quem eu possa confiar. Quero tardes alegres e filmes com final feliz. Quero óculos escuros, vida tranquila, marido e aconchego...


Nenhum comentário:

Postar um comentário