Quem sou eu

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Sou alguém assim, quase sem definição, nem grande nem pequena, sou do tamanho certo, a minha cor é da cor que o dia me pinta...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Escrever (escrito em 12/02/2011)

Preciso escrever, escrever, escrever, porque só escrever me liberta. Me liberta de tudo. Mesmo que esse tudo seja nada e essa escrita não tenha sentido algum, eu sou escrita mesmo assim. Quero ver meus sentimentos vivos através das palavras e mortos após sua escrita. Quero natal feliz. Quero ano novo a dois. Só a dois. Quero ela bem. Bem perto de mim e me quero longe de mim e de toda essa dor que eu sinto. Quero gritar essa dor e que ela saia de mim calada, de cabeça baixa. Quero meu quarto, minha cama, minha coberta, meu amor, seu cheiro e meu sono, só não quero estar aqui. Quero você loira no salão, me sentindo como sempre. Só não quero que sofra por minha causa. Te quero bem!

Quero estômago vazio, porque ele cheio, cheio assim de ansiedade, me faz mal. Quero mais ar agora. Quero não lembrar de ontem. Quero delícias, quero comer sem enjoar. Quero pipoca e filme com coberta no sofá de casa com a chuva caindo lá fora.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Coração seco (escrito em 01/01/2011)

Me sinto incompleta como mulher. Me sinto frágil e nostálgica. Preciso de um pouco de paz e descanso profundo. Só quero dois colos. O de mãe e o dele. Só eles podem sentir como estou e me ajudar. Queria sol na pele e luz no coração. Queria menos dor e bem menos dor para mim e para ela. Quero tudo e nada. Magia e encantamento.

Às vezes chego a ter saudades de mim. De mim com ele, de mim com ela comendo pastel de Iracema. Mas essa saudade não tem mais fundamento... se nem eu existo mais... não daquele jeito, feliz como era. Sou apenas um vulto na escuridão. Sou morte em vida.

Outro dia pensei que estivesse curada. Mas não. Veja você mesmo como estou, sou toque gelado, bom dia sem palavras. Olhar vazio, dor sem grito, sem gemido. Sou eu com todas as minhas marcas, dores, amores, horrores. Estômago enjoado, cabeça pesada e gigante, corpo pequeno para suportar meu peso. Noites mal dormidas. Coração vazio, seco de sentimentos bons.

Meus Papéis. (escrito em 28/12/2010)

Meus papéis me escutam e me falam muita coisa que sem palavras não conseguiria ouvir. Meus papéis tiram de minha garganta o grito que não sai de minha boca. Quero poesia em meu olhar gelado. Quero segredo de mãe e irmão. Quero aconchego de família. Quero mais luz no dia. Quero brisa no rosto e cabelos. Quero verde, amarelo e rosa na natureza. Quero terra molhada nas mãos. Quero pé de umbu e siriguela.

Como Elis, também quero uma casa no campo. Uma casa cheia de paz. Quero filhos correndo e gritando. Quero pai brincando com os filhos no meio da sala. Quero esquecer o passado. Quero galinhas no quintal, pé de manga... quero infância em minha face. Quero o azul do céu todo rosa. Rosa como as flores. Quero amor no sofá e novela das oito com final feliz. Quero ilusão, ilusão e mais ilusão. Quero sorriso no rosto alheio. Quero luz, vida, mato, amor e magia. Quero árvores no quintal, minhas árvores, pintadas por mim. Quero Dezembro velho e Janeiro novo.

Meus Desejos (escrito em 27/12/2010)

Nem a música meche mais comigo. Nem a música me faz suspirar. Ele tirou de mim toda a alegria que podia ter com o casamento, filhos e tudo mais que planejo. Eu nem sequer sabia que ele era capaz de tudo isso. Minha cabeça doeu hoje o dia todo. Já nem sei... ele meche demais comigo. Sou vida sem ele. Sou a vida dele... será?

Hoje eu não quero chorar, quero viver mais que nunca e muito mais que todos os dias que já vivi e viverei ainda. Quero viver, mas a minha alegria hoje se despede de mim mais uma vez. Sou velha de novo. Quero as minhas emoções longe, fora de mim. Longe de mim também quero o meu respirar difícil. Perto de mim eu quero apenas o bem estar. Quero a chuva capaz de lavar a lama de minh'alma. Quero paz e quero Deus perto, perto não, dentro de mim. Quero banho de folha de laranja e chá com sabor de conforto para mim.

Quero a paz, a luz, e a força dela dentro de mim. Porque ela soube preencher o buraco que agora eu também tenho e só agora vejo o quanto ela foi forte. Como ela foi sábia! Como eu fui ignorante... Quero uma oração que me cure a dor que sinto. Quero de novo o amarelo da alegria do ouro dentro de mim. Quero pessoas boas como elas na minha vida. Não quero doença, nem dor, somente amor e flores. Quero ar puro com cheiro de flores. Quero dias com gosto de algodão doce e danone. Quero peso de pena nas minhas costas e dias mais leves. Quero altar de igreja, vestido branco, beijo na boca, carinho de homem, filho no ventre e diploma na mão. Quero cama e cobertor quentinho, dormir de conchinha e sonhar. Não quero sexo, só amor, amor e fazer amor. Quero brilho de alegria no olhar...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Luz (22/12/2010) F.

Você é uma pessoa iluminada. Você me emociona a cada carta que escreve. Você, só você consegue me penetrar tão profundamente. Só você consegue me ver, me sentir, me pegar, me abraçar assim, sem ao menos um toque.

Como eu te admiro por dentro e por fora também. Como eu te quero aqui perto do meu coração, da minha alma. Você, diferente de muita coisa, é algo que me faz bem, muito, muito bem. Algo que talvez só a divindade explique. Você é um encanto, música, flores, cores, vida e alegria na minha vida. Você de tão bom, tão bom, é algo indizível...

Te quero muito e te quero muito, muito, muito bem. Te quero todo bem. Porque você na minha vida é um tudo de bom, que o bom por si só não explica...

Doença (22/12/2010)

Sinto faltar o ar dentro de mim. Mas sei que isso passa logo. Porque tenho que pensar tanto a ponto de me exaurir. Até a minha roupa sente a minha doença. Meu corpo treme sem tremer. Chega de morrer.
Eu quero é chegar em casa.

Calor (22/12/2010)

Sinto meu corpo fraco. Doente. Sinto coisas que não sei explicar. Sinto meu suor brotar no meu corpo. Sinto a poesia fugir de mim, como o sangue foge à face quando desmaiamos. Escovar o cabelo? Pra quê? Vou é molhá-lo!! O sol se mostra e abraça a terra. Tudo está quente...

Remédios (escrito em 22/12/2010)

Sinto como se cada remédio me tirasse um pouco da vida. Como se num roubo. Sinto como se ao tomar um comprimido, por menor que seja, um pedaço de mim morresse à medida que ele se dissolve no meu estômago. Sinto tudo e nada ao mesmo tempo. Ainda bem que tenho você Mãe e você Jonas. Tenho vocês e vocês me têm.

Ao longo da vida, a gente percebe a fragilidade da vida humana e nossa fragilidade diante da vida. Somos um pedaço de carne que a qualquer momento pode se dissolver e se misturar ao chão de barro e se tornar lama... remédios ou venenos?

Remédios...
...quem sabe...
???

Barro (escrito em 19/12/2010)

Hoje quero andar de pés descalços e pisar no chão, sentir o chão, a terra, sujar meus pés de terra. Na verdade, quero me misturar à terra para sermos uma só. Queria ser eu na terra e a terra em mim. Queria ser bolo de barro moldado pelas mãos de um criador, seja ele Deus ou homem. Queria ser apenas criação, só criação. Não queria ser de carne e nem de osso. Só de barro.

Bomba Relógio (17/12/2010)

Sinto meu corpo como uma bomba relógio, cheio de drogas. Eu sou uma farmácia ambulante carregando todos os meus males. Tenho medo de mim. Do meu organismo. Acho que alguém pode me ajudar. Será que eu posso me ajudar? Tenho medo da solidão.

O que sinto começa com um grande aperto no peito e toma o meu corpo inteiro de mim. Agora estou no ônibus e a mesma bomba relógio me assusta. Já sinto formigas caminharem em meu corpo.

Senhora (16/12/2010) A. B.

Você foi a minha luz no fim do túnel, talvez, minha salvação. Me ajudou a entender a minha dor. Você tão jovem e tão senhora. Senhora de si e dos outros. Dos outros, bem menos senhora do que gostaria, mas senhora de uma vida toda digna de você. Senhora digna de um lar e duas filhas. Senhora de um marido, talvez. Senhora sim, de uma bebida que deve ser bebida até a útima gota. Gota do mais puro e transparente orvalho.

Me esforço às vezes para ser você, mas felizmente, não chego aos seus pés. Senhora, minha senhora...

16/12/2010

Estrada que rola. Estrada que tomba, estrada com água molhada da chuva. Estrada de ida e volta. Estrada de chão, de mato, macaco. Estrada.

Joana (escrito em16/12/2010)

Joana é poesia, eu sou tristeza
Joana é poesia, eu sou negra
Joana é poesia, eu sou flor
Joana é poesia, eu sou amor.
...sou desejo, sentimento, angústia, sou eu e todas as minhas faces.
Sou também poesia.
E Joana...
...simplesmente...
amor!

Ela e Eu (15/12/2010)

Minha letra treme no papel. Esse tremor vem da estrada que piso. Do chão que sinto e me liberta.


Hoje sou alma ferida cicatrizando, sou gosto de chuva na boca e carne queimada no coração. Sou ovelha negra de mim mesma. Sou desequilíbrio. Sou dinheiro gasto e dívidas a pagar. Dívidas a acertar com a vida e com o mundo. Sou loucura. Sou ansiedade. Sou medo e sou flor. Sou preto e sou rosa. Sou cinza... de cigarro fumada pela vida. Sou cinzeiro, sou lixo, sou alma calada e ferida. Sou mãe solteira que grita a solidão que sinto sozinha num quarto qualquer alugado. Tristeza. Medo. Solidão, terror...

Sou dor ao pensar no filho que virá sem pai. Queria gritar aos homens: não façam isso com seus filhos!!!
Sejam pais, sejam homens.

Isso me maltrata, me dói tudo de novo. E parece que não vou suportar. As minhas crises são minhas, mas meu desespero é dela, do grito dela, da dor que é dela. Não chore. Tudo passa. Tudo se resolve. Sinto nova crise vindo aí. Mas hoje eu tomei o remédio. Ele me salvará dela.

Irecê chegou até mim. A cidade entra dentro de mim e me vasculha à procura de não sei o quê... palavras, palavras, palavras, tenho medo do que eu tenho, do que eu sinto.