Quem sou eu

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Sou alguém assim, quase sem definição, nem grande nem pequena, sou do tamanho certo, a minha cor é da cor que o dia me pinta...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Resposta

Sei que estou te traindo, mas jamais poderia deixar de postar tão belo texto... mil perdões e um elogio a você, grande poeta...


Marigil é uma poeta. De sorriso prateado e versos pulsantes.
Com seus olhos de abismo e seus gestos que não se explicam, ela chega como cometa deixando tudo loucamente leve. É como a música que tira o corpo do lixo. Ela tem cheiro de noite florida e gostinho de página seguinte. É minha parceira-dos-hífens-sem-fim, é algodão doce, flor desabrochando pela manhã, mil luas no céu, orvalho caindo da folha verde, sol nascente, estrela explodindo. É detalhe, olhar, abraço, palavra. A menina-poeta mora no momento em que acordamos e ainda lembramos do sonho, e eu não ousaria dizer mais nada sobre essa moça que não se lê, apenas se sente.


Como só você mesmo faz!!!!

Obrigada!!!

Menina Leitora A. D. (escrito em 01/11/2010)

Quem é você que me lê, me devora, me entende e sobretudo me sente? Você de olhar suave, jovem e meigo. Você me vê tão bem... será que eu te vejo tão bem quanto você me vê? Você me conhece, mas será que eu te conheço? O que esconde por trás desses tão meigos olhos, o que há entre os seus cabelos loiros? Será que algum dia se abrirá para mim? Você me julga tão parecida com ela, ela me diz ser tão parecida com você, mas afinal quem somos? Você sou eu, eu sou você? Não, jamais terei olhos tão meigos e claros... verdes olhos... mas tão claros que conseguem ser transparentes, eles transparecem coisas que talvez só eu consiga ver, eu te entendo, não se preocupe, guardo comigo o seu segredo. Segredo que nem mesmo os seus lábios me disseram. Segredos que só os olhos conseguem dizer. Só os seus olhinhos meigos me disseram até hoje. Você que sabe tanto, porém jamais desejou saber. Soube pela vida, você que já caíu e levantou, você tão menina, mas com alma de mulher, mulher madura com espírito moleque. Você, tão você, mas tão você, que chega a ser difícil descrever, é preciso penetrar o seu ser para poder fazer isso, missão nada fácil, mas não impossível, difícil mesmo é invadir sua alma, mas eu consegui, através dos seus olhinhos que dizem muito a seu respeito, muito mais do que você que os carrega possa imaginar.


Lá no espelho eu me vejo em seus olhos e lá dentro deles verdes, você me conta os seus mais íntimos segredos escondidos sob os seus cabelos loiros, tão loirinhos... menina leitora... menina mulher... menina. Obrigada!

Refúgio (escrito em 01/11/2010)

Escrever tem sido o meu maior refúgio, escrevo sobre a vida e sobre a morte, sobre mim e sobre os outros, ou pelo menos sobre o que penso dos outros. Escrevo sobre a minha vida, os meus sentimentos e sobre aquilo que até nem sinto como agora por exemplo. Escrever é o que me salva da morte, daquele arroto que não dei na sua cara depois de ter que te engolir atravessada (o), ou até mesmo de ficar engasgada com você.

Escrevo para aqueles que amo e para aqueles que não amo, para os amigos e inimigos, se é que existem, veja só, escrevo também para quem odeio, se é que odeio. Para o amor e para o ódio, só ainda não escrevi para você meu amor amigo, meu ouro, meu tesouro, meu diamante, que de diamante passa a ser meu amante das noites mais quentes, diria até ferventes e borbulhantes... mas saiba que te amo, te quero e te desejo com todos os meus instintos mais sensíveis e mais selvagens, instintos até animais. Gosto do seu jeito, gosto do seu corpo porque ele tem o gosto que eu gosto de sentir. Gosto do seu ouro, seja ele de ouro ou de plático.

Escrevo para aquilo que sinto, escrevo para mim e para você que me lê, que me sente, que me vê por dentro, que me penetra a alma a cada leitura. Escrevo principalmente para você que está aí do outro lado, você que eu quero que me conheça, que escute o  grito da minha alma ferida, você que quer me conhecer e me conhece tão bem quanto eu.

Sonhos (escrito em 31/10/2010)

A vida deveria cobrar pelos sonhos o mesmo que ela nos cobra para realizá-los. As pessoas não deveriam nos deixar sonhar assim sem limites, aliás, os sonhos deveriam ser limitados. De que adianta sonhar e não conseguir realizar por algum motivo...

Estou triste por ter idealizado tantas coisas, uma bela casa, um lindo carro, um casamento perfeito, enfim... tantas e tantas coisas, que agora, nesse momento não são possíveis... e o que acontece... a gente se sente um verdadeiro nada, ninguém, cheia de frustrações, de limites, limitações, o que é muito pior do que simples limites.

A vida é um completo paradoxo, nos dá e nos tira as coisas ao mesmo tempo, e como é difícil ter e não ter, ser e imediatamente não ser mais. E descobrir que isso interfere diretamente na sua relação com o mundo, seja ele social, familiar e até mesmo o universo amoroso. Mas tudo isso é culpa do maldito capitalismo selvagem que incute nas pessoas o senso do poder, até mesmo onde não se poderia jamais.

"Ser social é ser falso!"

Valores (escrito em 30/10/2010)

É difícil definir o que sinto agora. Algo entre a frustração e a decepção. É triste ver e saber o quanto o dinheiro interfere nas relações, principalmente nas relações amorosas. Algo que diante do sentimento é tão insignificante, mas diante de toda uma questão social se torna tão importante e fundamental.

Acho tão ruim saber o quanto as pessoas se tornam insignificantes perto de algumas notas ou apenas uma única nota. Às vezes me decepciono ao ligar a televisão e descobrir que uma vida foi tirada por conta de míseros centavos... Qual é mesmo o valor de uma vida hoje? Alguém poderia me responder? Que valor eu tenho para você? O valor do ser ou do ter? Que valor você tem para mim? Quanto espero de você? Em dinheiro ou em dignidade? Até o caráter hoje é medido em notas de papel... as pessoas vendem seu corpo e sua alma por uma linda roupa ou um belo sapato. Veja só!!!

E quem cria melhor os filhos... adivinha!!! É... com certeza quem tem o bolso mais estufado, acredita? Quanta injustiça na própria justiça... quem cria melhor o filho hoje é quem pode dar o video game, o computador, o brinquedo mais caro...e não quem pode ensinar caráter, dignidade, enfim, te pregunto: em que mundo estamos vivendo? Será possível comparar caráter e dignidade à video game. Os nossos filhos necessitam tanto assim de video game?
"A única pessoa que não pode desistir de mim sou eu."

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Verdades A. B. (escrito em 27/10/2010)

Gosto daquilo que se parece comigo, mas que não esconde o rosto, a cor dos olhos. Que se mostra por inteiro para mim, de corpo e alma como você. Você que cospe na minha face todas as verdades que eu quis ou não ouvir. Que derrama em mim o veneno da verdade, mas a verdade da vida, da minha vida e das coisas da vida... você tão formosa.

Ah... como eu queria ter um terço da sua sabedoria e maturidade, sua experiência me encanta, através de você, me vejo diferente, no salão, a imagem que se reflete no espelho, não é sua, mas minha, o espelho reflete o desenho que você faz de mim, e como você me descreve tão bem. Você me mostra coisas que sozinha jamais seria capaz de ver. Me sinto mais madura e muito mais mulher a cada diálogo nosso.

Não posso negar que me sinto um tanto quanto frustrada, mas fazer o quê, né?! Viver é assim, enxerga quem quer, quem não quer que quebre a cara lá na frente, pague o ônus e aprenda por si só. Infelizmente viver é cruel, cruel como viver. Mas tem algo bom em tudo isso, é bom saber que a minha vida é igual à da maioria das pessoas, que talvez eu pense diferente, mas sinto igual à todo mundo. Se ser normal é isso... ufa!!! Sou normal!!!

Obrigada, só você me faz ver isso. Você e suas palavras cheias de verdade sobre homens e mulheres, seres humanos, e suas verdades cheias de palavras sobre as relações que se estabelecem entre homens. Me dê um gole da sua cerveja e me deixe falar como você, melhor, me deixe ser como você. Cheia de uma dignidade só sua... de uma admiração que só tenho por você, só por você.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vermelho (escrito em 18/10/2010)

Ah... se o papel pudesse sentir o que lhe escrevo, mas ele não pode, ele é frágil demais para isso, seria incapaz de suportar tamanha emoção. Ah... se eu pudesse penetrá-lo sem ferir sua pele, sem que ele transparecesse esse sentimento, sem rompê-lo, sem martirizar a sua carne, sem cortá-lo ou algo assim.

Ah... se a caneta pudesse entrar no meu peito sem me ferir para que o meu sangue fosse derramado sobre o papel e talvez assim ele pudesse me sentir, mas não, isso me mataria, e o papel, o papel continuaria aí para que alguém escrevesse a sua vil história nele, ele apenas iria rir do meu sangue derramado a manchar-lhe a face e também as entranhas e até o avesso. Ele seria só mais uma prova contra mim mesma e jamais um acusado do meu assassinato.

Mas vejo fogo, quem sabe eu te queimasse com gotas do meu sangue quente e feroz, sangue verdadeiramente envenenado, que mataria ao mais simples e suave toque da sua língua maldita. Agora diz para mim maldito papel, que sentimento é esse que me toma, que queima e arde no meu peito, arde como mil pimentas, mais maduras, mais vermelhas que o vermelho do sangue, da paixão, da rosa mais vermelha, mais rubro que o vermelho do amor e mais púrpura que o ódio, mais e mais vermelho que o próprio vermelho, mais vermelho até do que o azul, minha cor preferida, e até mesmo que o rosa, o branco e o amarelo. Mais vermelho até do que o negro céu das mais reluzentes estrelas e da cor do mar, é, daquele mar azul. Mais vermelho que o índio mais vermelho pintado de vermelho, e mais vermelho ainda que o vermelho do amor, porque o ódio se pinta de vermelho e se finge de amor.

E o papel então, esse, nem sei, de tão traiçoeiro que é... se entrega a qualquer um e até se pinta de vermelho.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O amor G. S. (escrito em 16/10/2010)

De onde vem o amor? Quem inventou tão sublime sentimento? Sentimento tão infinito, finito e ilimitado que pode chegar ao ódio mortal. Foi Deus quem o inventou, ou fomos nós com a nossa limitação em explicá-lo?

Ou será que quem inventou o amor foi você? Você que me fez sonhar sem pisar no chão. Você que foi sempre tão você, sendo sempre muito mais os outros. Nos sonhos, nas preocupações, nas lágrimas... você que teve sempre o coração tão generoso e muito mais generoso do que todos os outros generosos corações que conheci, você que merecia todas as mais belas e brilhantes estrelas do céu, as mais belas flores dos mais belos e reluzentes jardins de todo esse imenso mundo...

...que de tão imenso chega a ser pequeno perto da grandeza infinita do seu coração tão pequeno e apertado...

Você foi, é e sempre será um dos eternos, tão eternos amores do meu coração que talvez seja incapaz de amar como o seu... brilho dos meus olhos, carinho da minha alma, gozo do meu tão pequeno coração...

Amor e Ódio (18/10/2010)

Como posso te amar e te odiar ao mesmo tempo? Logo você que deveria apenas amar de maneira incondicional como amo. Mas como, por que também te odeio? Talvez me engane até mesmo com os sentimentos, mas então, que confusão é essa dentro de mim? Como posso fundir dois sentimentos tão distantes e distintos que se separam apenas por um fio, uma linha quase imaginária e se tornam tão parecidos? Não entendo... me sinto podre, podre como diversas vezes me senti.

É... o ódio é assim, apodrece a gente por dentro, nos tira toda e qualquer vitalidade, força interior,destrói o nosso orgulho e todas as muralhas mais sólidas que há dentro de nós, só o ódio consegue nos roubar e nos fazer esquecer as nossas mais belas qualidades, a pureza da nossa alma e nos deixa apenas na escuridão dentro de nós e a vontade de morrer ou fazer o mal, me sinto um monstro capaz de matar para saciar a própria fome. Queria, juro, queria não te odiar, não dessa forma, mas agora não consigo, meu próprio coração me trai.

Queria destruir a sua casa, queria quebrar cada parede, cada tijolo, para que você ao menos me visse. Me enxerga por favor!!! Pelo amor de Deus, olha para mim, mas tire esses olhos severos de cima de mim, eles são duros demais para que eu consiga sequer encará-los uma única vez. Agora também, quem não quer olhar nos seus olhos sou eu. Chega de mentiras. Cansei. Você acha de mim a mesma coisa que penso a seu respeito. Queria sumir das vistas do seu olhar cuel, impiedoso.

Queria não mais comer do seu pão e poder cuspí-lo e pisá-lo até que vire farinha novamente. Ah, se eu pudesse gritar e arrancar os cabelos como outrora fiz, talvez dessa forma, os teus olhos se voltassem para mim, mas eu não queria apenas que me visse a mim, mas a minha alma, ou menos, bem menos, apenas o meu coração ferido magoado, que sangra sem sangrar, que ama sem amar, que odeia com o mais profundo amor.

Olhares (escrito em 15/10/2010)

Hoje eu só queria chorar, chorar por dentro e por fora, queria derramar a minha dor junto com as minhas lágrimas, lavar a alma e morrer, morrer até que viva de novo, até nascer mais feliz que hoje, hoje e todos os dias dos meus dias.

Dias tristes e sem palavras, mas para que servem as palavras... Só os alhares já são o bastante para petrificar meu coração tão dolorido e indolor, tão cru e sem sentimentos. Coração sem calor e sem amor, sem cobertor e que seca aos poucos sem vida por perto. Coração sem música e sem amigos, também sem inimigos, envenenado pelo ódio, pela dor, pelo rancor. Coração que sangra sobre o teu coração também sangrando, mas por favor, te imploro... tome um remédio, faça ele parar de sangrar em mim, deixe que essa dor um dia passe, deixe que ela vá embora para bem longe de mim e de você.

Me diz, qual a minha parcela de culpa nessa dor? Nos salve desse túnel sem fim, da escuridão que ofusca os nossos olhos, do medo que me corrói, da angústia que sinto. De tudo, nos salve da vida e da morte. Ma por que não fala comigo? Por que não me diz o que sentes? É tão dolorido assim, que não consegues falar? Por que todo esse segredo se eu sou você e você sou eu? Somos uma só alma, um único coração que chora, que derrama lágrimas de sangue, que sente a mesma dor...

Grande vôo (escrito em 30/09/2010)

Me sinto como uma borboleta, como se tivesse saído de um casulo e ganhado belas asas azuis. Agora chegou a hora de voar, mas voar dá medo, muito medo de perder aquilo que ainda não tenho, mas já construí.

Tenho muito medo do que esse vôo pode me proporcionar ou me tirar. Espero profundamente que este vôo não me exija grandes sacrfícios, espero que ele não me obrigue a fazer o que não quero. Estou com medo de voar e não conseguir segurar as pedras preciosas que encontrei na vida, tenho medo que elas se tornem pesadas no meio do caminho e eu tenha que me desfazer delas.

L. B. (escrito em 30/09/2010)

Outro dia no ônibus me senti sendo arremessada de volta a um passado próximo e muito distante em que nós amigas nos juntávamos naquele pequeno quarto, você com aquele velho e tirste violão e eu apenas com uma voz que nunca tive e jamais terei para cantarmos as mais belas músicas que podíamos ouvir naquele tempo. Que saudade...



Estivemos ali tantas vezes que perco a conta, quantas vezes ali, apenas ali, cantando, tocando, você tentando me ensinar a pelo menos arranhar as cordas do violão, outras vezes ficávamos de conversa sobre paqueras, belos, rapazotes, hoje, todos homens feitos, muitos ou todos já casados, com filhos até.



Tenho saudade daquele tempo em que sequer sabia se era moça ou menina. Tempo bom dos primeiros beijos de nossas vidas, beijos arrebatadores que nos faziam tremer, arrepiar e até chorar ou sonhar se fosse o caso. Beijos que jamais teremos novamente, porque nada se compara àquele sentimento, àquela sensação quase inexplicável para uma menina. Acho que os meninos jamais desfrutarão dessa tão bela sensação do "primeiro beijo".



Hoje posso dizer que o tempo é como um câncer que nos corróia a  vida segundo a segundo, nos arrancando as melhores coisas, os melhores momentos e os melhores amigos. Tenho saudade de Dinda, do jeitinho carinhoso dela, de Êde, com sua sabedoria e tamanha educação, das noites quando entrei lá à sua procura e estavam os dois naquele velho sofá assistindo ao jornal. Como as pessoas simples fazem falta... Lembro-me bem de quando brincávamos na rua, de quando íamos juntas à feira comprar balas e chocolates com apenas um real... e a festa que fazíamos no quintal com aqueles doces...



Lembro-me do seu belo violão preto com aquela linda borboleta, do dia em que sua irmã te deu ele de presente. Talvez amiga, você nunca soube o quanto foi e é importante para mim. O quanto foi referência para mim, você era a mais bela entre as outras meninas aos meus olhos, não que hoje não seja bonita, mas é diferente, eu te admirava por dentro e por fora, eu quase queria ser você, se é que me entende. Me sentia sempre inferior diante de tamanha "proeza" da vida. Te admirava muito. Cá para nós, eu tinha um ciúme das outras... queria que você fosse só minha... hoje tudo isso passou, continuo a admirá-la, porém de uma forma mais madura, consigo te ver mais completa ou apenas humana que é o que somos, vejo defeitos e qualidades, vejo você, e o melhor de tudo é que continuo a admirá-la...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

RISCO (escrito em 21/09/2010)

Hoje eu me sinto triste, me sinto sufocada pela vida, pelas pessoas, pelo tempo... me sinto pressionada contra mim mesma. Sei que às vezes me preocupo mais do que deveria com algumas coisas que aos olhos de outros não são tão importantes ou são só uma questão de tempo. Mas eu simplesmente não consigo ser ou fazer diferente da forma como faço. Por esse motivo, às vezes chego a ser grossa com as pessoas que mais amo e magoando-as, coisa que jamais gostaria de fazer, nem com quem odeio, menos ainda com quem amo.

Estou com medo, talvez ninguém veja ou entenda, estou entre as duas coisas que mais quero nessa vida, não quero perder nenhuma, não vou perder. Não quero precisar abrir mão de nada, espero que o futuro não me peça isso, ou não me obrigue a isso. Tenho muito medo dele, pois nele está a minha felicidade e a minha infelicidade, o meu bem e o meu mal. Meu tudo e meu nada, ele dispõe até de mim...

Me sinto culpada, porque só agora quando me lembro dos teus olhos, vejo o medo que existe no fundo deles, a angústia de pensar que as minhas decisões possam estar erradas. Não quero jamais magoá-la, quero vê-la feliz como ontem a vi. Fique calma, eu também tenho medo, mas viver é um risco de morrer, ser feliz é um risco de ser infeliz, da mesma forma que ser infeliz é um risco de ser feliz. E tudo que tenho feito, nada mais é que arriscar...







NADA (escrito em 20/09/2010)

Hoje não quero escrever porque não me sinto inspirada, além de estar com bastante sono. Mas porque não escrever, sim, sem assunto mesmo, sobre o nada. O nada às vezes incomoda muito mais que qualquer outra coisa.

Às vezes sonho em não ter nada para fazer, mas que sentido teria a vida... sentido de nada. Nem de viver talvez. Mas já que é de nada que estamos falando, é de nada que vou falar. Hoje me aconteceu algo, mas não é hoje que vou escrever sobre isso, preciso me recuperar de mim. Ficou curioso? Tudo bem, assim que estiver pronta falo sim. Mas hoje não, não consigo, o nada me supera e supera qualquer assunto. Porque o nada hoje me inspira da não inspiração, me enche de nada e do vazio que me preenche até transbordar de nada, do mais puro e tranquilo nada...

Boa noite, irei dormir, cheia de nada...

Bíblia ( escrito em 17/09/2010)

Hoje me aconteceu um episódio interessante... Estava eu no ponto onde costumo esperar o ônibus diariamente, (sendo que na verdade não se trata de um ponto de ônibus, mas de um pequeno mercado de uma senhorabem simpática, digo senhora, por já não ser moça, mas não por ser senhora), onde às vezes encontro casualmente um senhor evangélico, cujo nome nem sei. Esse senhor é um desses senhores bem evangélicos e bem fanáticos que gosta de distribuir palavras bíblicas por aí, distribuir bêncãos como dizem eles evangélicos.

Hoje quando cheguei, ele logo despejou em mim todas as palavras de bênçãos que julgou necessárias para que eu aceitasse em minha vida o senhor seu Deus. Mas o que acontece, na verdade, é que eu nem sequer tenho paciência com essas pessoas, porque acho desnecessáro que tantas palavras ou bênçãos bíblicas sejam jogadas ao vento, além do mais, acredito eu que essas palavras devem ser distribuídas no momento e lugar oportunos.

Mas hoje foi diferente, depois de derramar em mim todas as palavras bíblicas, ele saíu, atravessou a rua e entrou numa pequena loja de conveniências que fica do outro lado da pista. Demorou por volta de dez minutos antes de voltar, ao retornar, trouxe em suas mãos um pequeno embrulho e me entregou, antes mesmo de abrir, eu já sabia do que se tratava, mas ele fez questão que eu abrisse. Abri o embrulho para não fazer desfeita, ao abrir, nem me assustei, era exatamente o que havia pensado: uma BÍBLIA. Ele fez questão que eu fizesse a leitura de uma passagem para ele, (isso, sem contar a empolgação dos outros presentes, principalmente do filho pequeno da dona do estabelecimento que gritava freneticamente: "glória a Deus!!!", "aleluia!!!" ...), fiz o que ele me pediu, meio sem graça até.

Durante a viagem, pensei muito a respeito do que aconteceu, cheguei a me comover, porém, não gostei, não é do presente que falo, mas da forma como fui presenteada. Um estranho me presenteou, não gosto de estranhos... estranhos são sempre estranhos...






domingo, 21 de novembro de 2010

C. L. (escrito em 14/09/2010)

Por tantos dias te desejei, quis tê-la em minhas mãos, porém só hoje consegui te encontrar, finalmente vou poder consumí-la, vou poder consumá-la em minha alma. Devorar-te como se a mais saborosa comida, ou melhor, como dois amantes se devoram no mais sublime ato de amor. Espero satisfazer a minha alma através das suas mais íntimas e profundas palavras. Palavras tristes , talvez, palavras da alma, mais que da boca ou do coração, palavras que rasgam a alma e saem aos gritos para mostrar ao mundo quem realmente és.

Conheço hoje seu rosto com todas as marcas. Vejo a sua face e nela me vejo, como em um espelho, identifico-me com os seus olhos, me encontro em seu olhar, te vejo tão perto e infinitamente longe de mim... Seria possível nos fundir em uma só alma? Não sei. Quem saberá.... você quis ter mais um corpo e mais de uma alma. Você que somente pude conhecer através dele... ele que tão longe está. Ele que mesmo longe de mim, me presenteou você e dividiu você comigo de uma forma tão bela, como sempre... tão gostosa e desejável, porque qualquer pessoa adoraria te conhecer como eu te conheci... através dele...

Fiquei de você tão íntima que até suas galinhas conheci...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

HERÓI (escrito em 10/09/2010)

Depois de algum tempo, de um longo tempo talvez, a gente entende que os nossos heróis são frágeis como papel. São pessoas capazes ou incapazes como nós, a gente percebe que eles são apenas humanos... simplesmente humanos. Eles choram, sentem dor, lutam e fracassam como nós.

Talvez o que mais dói é justamente saber que eles fracassam, ou pior, saber dos seus erros e vê-los como erros. Sim, errar é humano e humanos é justamente o que eles são. Às vezes é revoltantedescobrir isso, mas afinal, quem são nossos heróis? Se são heróis por que sofrem? Heróis não deveriam sofrer nem chorar, nem tampouco errar. Que tipo de heróis foram incutidos em nós? Poxa, poque não nos disseram que eles não existem!!! Jamais nos disseram que eles também morrem no final ou até antes do fim.

Talvez os heróis são justamente os que mais sofrem. Não quero ser um herói, nem que me julguem perfeita, quero apenas ser eu, do meu jeito. Não quero decepcionar ninguém, quero poder cometer erros, chorar, viver... ser herói, é ser mais do que responsável, é ser simplesmente e inexoravelmente herói.

Vontade (escrito em 09/09/2010)

Ultimamente tenho estado muito anciosa, porém, a ansiedade que venho tratar aqui é outra, não aquela patológica, mas a ansiedade de conhecer aquilo que é novo, aquilo que não conheço, mas me atrai intimamente, tão intimamente que não quero só conhecê-la, quero também comê-la, devorá-la, quero que entre em mim e me possua com suas palavras, com sua a língua tão peculiar.

Esse sentimento, essa vontade me devora, mas não deixe-me sofrer, devora-me você, minha mais recente inspiração, você que já não vive, mas é eterna... eterna em suas palavras, eterna em sua escrita, eterna até mesmo em ser eterna, simplesmente em ser eterna, na vida e na morte. Você que descobriu a eternidade numa simples goma de mascar que tão cedo perdeu seu sabor, tão longe da eternidade, tão longe... porque ser eterno, longe de ser um chicle, é conseguir morrer e permanecer eternamente vivo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Marcas (escrito em 08/09/2010)

Hoje eu sou uma pessoa marcada. Marcada pela vida e pela morte, morte de pessoas mais vivas do que nunca. Pessoas que se foram sem dizer adeus, sem olhar para trás e que levaram consigo grande parte de mim. Me arrancaram o que eu tinha de mais significativo... Como puderam fazer isso comigo. Não sabem que eu sinto dor? Não imaginam que essa dor é quase insuportável? Talvez um dia sentirão a minha dor e saberão o quanto ela é profunda.



Porque se foram para deixar tanta angústia, tanto sofrimento? ...o sofrimento e a dor são coisas inexplicáveis, só sabe, só entende, quem sente, e mesmo sentindo não entende, sabe por  quê? Até a forma de sentir é diferente, é possível sentir o mesmo sentimento de maneiras diferentes, as pessoas são diferentes e sentem do seu jeito muito peculiar. Às vezes amamos a mesma pessoa, mas o sentimento se difere, porque a cada momento nós também somos diferentes...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Heróis (escrito em 21/08/2010)

Hoje me sinto muito mal. É tão simples dar opinião sobre a vida alheia... agora eu digo: mude a sua própria vida, resolva o seu próprio problema com a mesma sabedoria com que resolve os problemas dos outros. Sinto como se toda a minha existência até o presente momento, tivesse sido um grande erro, talvez nascer tenha sido o pior de todos.

Não sei como proceder daqui para frente. As pessoas dizem: não faça isso ou aquilo, faça dessa ou daquela maneira, quando elas mesmas não fazem. Não gosto de culpar ninguém pelos meus erros. Se é que eles têm algum culpado além de mim. Não sei porque, mas eu vejo as pessoas que mais amo de uma forma desacreditada, não consigo mais ver os heróis de outrora, vejo apenas heróis fracassados, isso dói, mas na minha visão erraram o tempo todo, se machucaram e carregam suas pesarosas feridas, eu sei que essas feridas também doem, mas a culpa não é minha.

Talvez eu também esteja errada por pensar assim, Mas tenho a impressão de que um jamais pensou em ninguém mais que ele mesmo, enquanto o outro somente quis resolver um conflito amoroso próprio, mas que justamente por falta de amor próprio não conseguiu, me sinto só nos meus próprios conflitos, mas fazer o quê... são só meus e não nossos.

Sinto como se no ontem jamais pensaram em mim e nem deveriam, nem me esperavam, sequer sabiam que um dia eu iria chegar... mas e hoje? Ah, hoje, simplesmente se acomodaram na condição do egoísmo egocêntrico humano. Amanhã, talvez esteja eu lá, cometendo os mesmos erros que eles, sendo a heroína frustrada, derrotada pela vida. Afinal, a vida é assim e como dizia Elis: " apesar de tudo que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais..."

Mulher (escrito em 08/07/2010)

Agora eu te pergunto e me pergunto: quem me anulou? Quem roubou meu nome, meu eu, minha face? Quem me roubou de mim? Quem tirou os meus direitos? O direito de falar, de viver, de sentir... Quem é você homem? Quem te faz superior. o que te faz ser dessa forma? Superior em quê e por quê? Foi você meu pai, meu marido... homem... somente homem.

Ser mulher nessa sociedade de homens e de machismo quase absoluto, é ser guerreira, é travar todos os dias uma guerra pelas suas menores vontades, pelos mínimos sonhos, é lutar contra o pai, o marido, contra os homens que nos cercam e que nos tiram os mínimos desejos siplesmente apagando...


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

LOUCURA (escrito em 23/05/2010)

Talvez eu esteja no meu momento de expansão. Loucura talvez, tudo é um talvez, mas esse talvez é gostoso, tão gostoso quanto a certeza. Por isso essa minha angústia. Talvez esteja me despedindo de mim mesma e uma nova eu está surgindo das profundezas de mim, das minhas mais absurdas angústias.

Eu sei que sou louca, mas queria ser ainda mais louca... deixar de verdade a loucura que sinto sair de mim e contagiar também os outros, todos os outros que estão fora de mim de um jeito muito particular. Não quero mais fugir dessa loucura que é estar dentro de mim. Deixarei que me chamem de louca, eu vou pular, gritar e correr mesmo assim. Alguém se importa? Eu não.

Deixem que a faca me corte, ninguém me defenda. Vai doer, sim, mas deixem, vão dormir essa noite, enquanto eu choro a minha dor. Ela é só minha, não faz parte de mais ninguém. Durmam... Para quem conhece essa dor não é fácil, mas essa dor é muito particular, a saudade daquilo que não se foi, mas que faz uma falta absurda, dói tanto...

Será que só eu sinto? Alguém também sente? Ah... se alguém pudesse me explicar... mas alguém sequer me vê, esse alguém não consegue porque está longe, muito longe, muito longe de mim...






Alma Gêmea (escrito em 19/05/2010)

Ontem eu chorei... chorei por você meu caro amigo que se foi, e quando digo caro, é caro mesmo, porque não há nada no mundo que pague a dignidade que há em você, as coisas que só você do seu jeito conseguiu me ensinar.

Chorei pela história que construímos juntos no terreno do ontem, pelas nossas dores, angústias e alegrias que só tivemos ontem, daquele nosso jeito de ontem que hoje não é mais possível... os corações, ah... esses de hoje são outros... mas chorei sim por você e chorarei quantas vezes mais tiver vontade, sem vergonha de chorar a minha dor mais gostosa e mais prazeirosa de se ter que é essa saudade que só eu tenho e só eu terei por você, porque só eu vivi com você aqueles bons momentos. E choro também por mim, porque mudei, eu também deixei de ser aquela que fui, eu também me perdi de mim, ou me encontrei talvez, de outra forma, mais madura ou menos infantil, quem sabe...

Choro também por uma dor sem remédio, a dor de não poder voltar no ontem e te gastar mais um pouquinho, de amanhecer aquela noite contigo rindo de nós e de anoitecer aquele dia que tivemos juntos.

 Como queria ter você aqui de novo e agora você está lá, lá bem longe, longe de mim e cada vez mais longe, longe do nosso ontem, longe de tudo que vivemos. Cadê o nosso céu? Aquele que nós compramos e pagamos! Aquele céu dos nossos mais lindos devaneios. Cadê você meu amigo amor que me ensinou a gostar das melhores coisas que conheço hoje, dos melhores livros às mais belas músicas... você me ensinou a admirar o pôr do sol, tão simples pôr do sol, só você me fez ver as belas árvores de minha viagem diária e todos os dias faço questão de olhá-la por você, só pro você...

Sabe, meu precioso amigo, desde ontem que a saudade de você está doendo, como queria abraçá-lo, vê-lo, tocá-lo, enfim, acariciar a sua alma, afagá-la como a uma criança, é pena que o tempo passa e não volta e nós também não voltamos, infelizmente, somos escravos sufocados a cada dia pelo tempo, horas, minutos, segundos e até milésimos, sem falar nos dias, meses, anos... tempo cruel e fugaz... tempo sem você... saudade... saudade do ontem, nosso ontem feliz...








sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Amigo (escrito em 12/05/2010)

Há poucos dias, encontrei um velho e muito querido amigo, dessa vez tivemos pouco tempo para ficarmos juntos. Chegamos a combinar de ver um filme juntos, mas não foi possível por conta do tempo... e foi justamente através do tempo que percebi o quanto de tão parecidos, nos tornamos tão diferentes, nossos caminhos se afastaram. Nossos objetivos são tão diferentes, como nossas histórias, nossas formas de ver o mundo se distanciaram, deixaram de se nossa e passaram a ser minha e sua.

Senti como se o nosso último encontro fosse um divórcio, nossos mundos são diferentes, a sensação que eu tive foi como se ele continuasse andando e eu tivesse permanecido ali parada no exato momento da sua partida.


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mãe (escrito em 05/05/2010)

Escrever, escrever, vontade somente do meu coração, necessidade que me corrói como uma fome muito forte, desejo profundo também do coração de outrora...ah... como mudou esse coração, como se preocupou, como chorou e tem chorado há anos sobre a mesma ferida que parece nunca cicatrizar dentro dele e também de outros corações. Os corações que amadurecem sofrem mais, doem mais. Às vezes chego a preferir o antigo coração que sentia menos dor e chorava bem menos.

Hoje especialmente, me sinto muito triste por tudo que vivi ontem, enfim, todas as dores do meu coração estão aqui presentes, dores passadas e também dores presentes, do momento presente. Me sinto em processo de divórcio de várias coisas intimamente ligadas a mim, ao meu coração. O colo de mãe, parece não ser mais de mãe, cadê ele? Eu sinto que se perdeu em algum lugar longe, distante de onde estou, lugar que passei e que passou, e se foi.

Me pergunto dia após dia, quem errou? Eu errei? Eles erraram? Em que erramos? Por que erramos? O destino eerou? Mudamos o destino? Que escolha fizemos? Por que essas escolhas? A vida mudou? Quem mudou a nossa vida? De quem é a culpa? Minha? Sua? Nossa? Não consigo saber, não consigo entender, será que a maturidade não permite? Será que ainda não entendi ou não me entenderam? Socorro, alguém me ajude a entender... por favor!

Hoje vejo quantas coisas morreram dentro de mim. O quanto eu morri para tantas coisas. A menina se sente sufocada, a mulher se angustia. Sabe, às vezes eu não queria ser eu, queria ser uma outra pessoa diferente da que consigo ser, gostaria de mudar, gostaria de ser menos eu sendo muito mais eu de outra forma, sendo outras formas munhas, só minhas de ser, deixar que venham à tona as minhas faces ocultas. Hoje queria mais tempo para fazer as coisas que gosto como gosto. Me encontrar comigo e com os meus amantes, os livros... talvez...

Meus defeitos são tão graves que ninguém os suporte? Não sabia que era tão defeituosa... e as minhas qualidades... onde estão? Não as vejo. Quais são elas? Elas existem? Se existem, porque não as vejo? É tão difícil assim vê-la? Qual a dor que mais dói, a de saber? Ou a de ignorar? A dor de ser quem sou? É crime ser quem sou? É crime falar o que sinto? Viver do meu jeito, pensar do meu jeito é crime? Será que eu fiz tudo errado? Mas quando digo tudo, é tudo mesmo, nasci errado, vivi errado, será que eu sou o erro? Não sei viver, pensar, calar, falar... alguém me responda por favor!

Esse é o meu grito mais profundo de hoje. Será que eu sou tão humana a ponto de só errar? Ou desumana demais que nunca acerte... Ah mãe, eu juro a você que mesmo quando errei, eu quis acertar, eu só queria o seu sorriso de volta para mim... sorriso perdido, deixado. esquecido em algum lugar de nossas vidas, mas que faz muita falta, tanta falta que chega a doer. Cadê o olhar caloroso, diferente do olhar duro e frio de hoje, olhar que gela o outro, sem alegria, sem compaixão, olhar diferente de olhar... eterno amor sem fim.