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Sou alguém assim, quase sem definição, nem grande nem pequena, sou do tamanho certo, a minha cor é da cor que o dia me pinta...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mãe (escrito em 05/05/2010)

Escrever, escrever, vontade somente do meu coração, necessidade que me corrói como uma fome muito forte, desejo profundo também do coração de outrora...ah... como mudou esse coração, como se preocupou, como chorou e tem chorado há anos sobre a mesma ferida que parece nunca cicatrizar dentro dele e também de outros corações. Os corações que amadurecem sofrem mais, doem mais. Às vezes chego a preferir o antigo coração que sentia menos dor e chorava bem menos.

Hoje especialmente, me sinto muito triste por tudo que vivi ontem, enfim, todas as dores do meu coração estão aqui presentes, dores passadas e também dores presentes, do momento presente. Me sinto em processo de divórcio de várias coisas intimamente ligadas a mim, ao meu coração. O colo de mãe, parece não ser mais de mãe, cadê ele? Eu sinto que se perdeu em algum lugar longe, distante de onde estou, lugar que passei e que passou, e se foi.

Me pergunto dia após dia, quem errou? Eu errei? Eles erraram? Em que erramos? Por que erramos? O destino eerou? Mudamos o destino? Que escolha fizemos? Por que essas escolhas? A vida mudou? Quem mudou a nossa vida? De quem é a culpa? Minha? Sua? Nossa? Não consigo saber, não consigo entender, será que a maturidade não permite? Será que ainda não entendi ou não me entenderam? Socorro, alguém me ajude a entender... por favor!

Hoje vejo quantas coisas morreram dentro de mim. O quanto eu morri para tantas coisas. A menina se sente sufocada, a mulher se angustia. Sabe, às vezes eu não queria ser eu, queria ser uma outra pessoa diferente da que consigo ser, gostaria de mudar, gostaria de ser menos eu sendo muito mais eu de outra forma, sendo outras formas munhas, só minhas de ser, deixar que venham à tona as minhas faces ocultas. Hoje queria mais tempo para fazer as coisas que gosto como gosto. Me encontrar comigo e com os meus amantes, os livros... talvez...

Meus defeitos são tão graves que ninguém os suporte? Não sabia que era tão defeituosa... e as minhas qualidades... onde estão? Não as vejo. Quais são elas? Elas existem? Se existem, porque não as vejo? É tão difícil assim vê-la? Qual a dor que mais dói, a de saber? Ou a de ignorar? A dor de ser quem sou? É crime ser quem sou? É crime falar o que sinto? Viver do meu jeito, pensar do meu jeito é crime? Será que eu fiz tudo errado? Mas quando digo tudo, é tudo mesmo, nasci errado, vivi errado, será que eu sou o erro? Não sei viver, pensar, calar, falar... alguém me responda por favor!

Esse é o meu grito mais profundo de hoje. Será que eu sou tão humana a ponto de só errar? Ou desumana demais que nunca acerte... Ah mãe, eu juro a você que mesmo quando errei, eu quis acertar, eu só queria o seu sorriso de volta para mim... sorriso perdido, deixado. esquecido em algum lugar de nossas vidas, mas que faz muita falta, tanta falta que chega a doer. Cadê o olhar caloroso, diferente do olhar duro e frio de hoje, olhar que gela o outro, sem alegria, sem compaixão, olhar diferente de olhar... eterno amor sem fim.

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