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terça-feira, 23 de novembro de 2010

L. B. (escrito em 30/09/2010)

Outro dia no ônibus me senti sendo arremessada de volta a um passado próximo e muito distante em que nós amigas nos juntávamos naquele pequeno quarto, você com aquele velho e tirste violão e eu apenas com uma voz que nunca tive e jamais terei para cantarmos as mais belas músicas que podíamos ouvir naquele tempo. Que saudade...



Estivemos ali tantas vezes que perco a conta, quantas vezes ali, apenas ali, cantando, tocando, você tentando me ensinar a pelo menos arranhar as cordas do violão, outras vezes ficávamos de conversa sobre paqueras, belos, rapazotes, hoje, todos homens feitos, muitos ou todos já casados, com filhos até.



Tenho saudade daquele tempo em que sequer sabia se era moça ou menina. Tempo bom dos primeiros beijos de nossas vidas, beijos arrebatadores que nos faziam tremer, arrepiar e até chorar ou sonhar se fosse o caso. Beijos que jamais teremos novamente, porque nada se compara àquele sentimento, àquela sensação quase inexplicável para uma menina. Acho que os meninos jamais desfrutarão dessa tão bela sensação do "primeiro beijo".



Hoje posso dizer que o tempo é como um câncer que nos corróia a  vida segundo a segundo, nos arrancando as melhores coisas, os melhores momentos e os melhores amigos. Tenho saudade de Dinda, do jeitinho carinhoso dela, de Êde, com sua sabedoria e tamanha educação, das noites quando entrei lá à sua procura e estavam os dois naquele velho sofá assistindo ao jornal. Como as pessoas simples fazem falta... Lembro-me bem de quando brincávamos na rua, de quando íamos juntas à feira comprar balas e chocolates com apenas um real... e a festa que fazíamos no quintal com aqueles doces...



Lembro-me do seu belo violão preto com aquela linda borboleta, do dia em que sua irmã te deu ele de presente. Talvez amiga, você nunca soube o quanto foi e é importante para mim. O quanto foi referência para mim, você era a mais bela entre as outras meninas aos meus olhos, não que hoje não seja bonita, mas é diferente, eu te admirava por dentro e por fora, eu quase queria ser você, se é que me entende. Me sentia sempre inferior diante de tamanha "proeza" da vida. Te admirava muito. Cá para nós, eu tinha um ciúme das outras... queria que você fosse só minha... hoje tudo isso passou, continuo a admirá-la, porém de uma forma mais madura, consigo te ver mais completa ou apenas humana que é o que somos, vejo defeitos e qualidades, vejo você, e o melhor de tudo é que continuo a admirá-la...

2 comentários:

  1. Gil, finalmente reenconteei este texto!!! Tenho saudade de tudo isso que vc descreveu com tamanha riqueza de detalhes (ate das balas da feira rsrs) e me sinto lisojeada por "ouvir" tudo isso de vc, que sempre esteve presente em minha vida... Te admiro, te considero, te adoro... Obrigada amiga!!! ;)

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  2. Também te admiro amiga... não é atoa que te escrevo! Bjs, também te adoro!

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