Quem sou eu

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Sou alguém assim, quase sem definição, nem grande nem pequena, sou do tamanho certo, a minha cor é da cor que o dia me pinta...

quinta-feira, 31 de março de 2011

Ela... G. (escrito em 24/01/2011)

Quem é ela? Preciso descobrir. Ela faz parte de mim e eu dela. Somos parecidas. Tragamos o mesmo fumo. Somos a mesma cinza, no mesmo cinzeiro. Somos a mesma vida em épocas diferentes. Temos os mesmos dentes, cabelos, doenças. Somos muito parecidas, porém, infinitamente diferentes. Temos a mesma energia. seja ela boa ou ruim. Somos amargas, azedas, de um doce quase impercetível. Somos ela e eu em corpos diferentes, temos sonhos e mundos iguais e corpos distintos. Somos ela e eu e nada mais.
Ela parece rocha, porém, nada mais é que um simples e belo diamante... frágil como eu. Só que pra vê-la, é preciso descascar... cuidadosamente para não ferir!

domingo, 20 de março de 2011

Cabelos Brancos (Elias. escrito em 21/01/2011)

Sou boa, sou boba, sou má, engraçada. Às vezes sábia e quase sempre muito burra. Eternamente ignorante e sem resposta. Muito confusa sempre. Vingança é algo que sinto no sangue, no pensamento às vezes, mas acaba todas as vezes na coragem, na boca, nas mãos... sou boba ou não. O tempo, a idade, a minha imagem me confunde cada vez mais, ela é turva e o tempo é brilhante e inexorável, diria até imperdoável, cruel... pronto, está dito, escrito, pensado. De que vale mentir se não conseguimos nos enganar a nós mesmos?! 
Desconheço os estranho ao meu redor e conheço-os melhor que imagino, todos têm a mesma cara, as mesmas marcas. Marcas do nordeste, do sol, da chuva ou falta dela, da sede, da fome... marcas de um povo que só esse povo tem. 
Sou jovem, preciso sonhar, mas tá difícil... é tempo de dor, ele se despede a cada dia, num adeus silencioso que só o silêncio sabe dizer, sabe mostrar. Seus olhos já não dizem mais nada além desse adeus mudo, cansado de uma vida muito bem vivida... de forma certa? Errada? Só ele e Deus sabem. Defeitos... quem não os tem? Cabelos brancos... esses, dizem muito, muito mais do que palavras ditas, escritas, desenhadas podem dizer... eu? Eu sou apenas um pingo d'água que escorre numa face qualquer!

Oração (escrito em 20/01/2011)

Deus me ajude. Sente ao meu lado e fale comigo, baixinho ao meu ouvido, não grite, não suportarei. Explique-me senhor o que faço aqui. Às vezes me sinto tão abandonada como agora. Me mostre então que está aqui ao meu lado e que segura a minha mão pequena para tantas pedras e espinhos. Tire cuidadosamente os espinhos da minha carne, da boca as pedras que mastiguei e que custam a descer na minha garganta. Me mostre o caminho que devo seguir, estou perdida sem ti, sem segurar a tua mão. Dê-me visão, estou cansada de chorar no escuro, sem saber para onde ir. Deus não me desampare nos momentos de angústia. Amarre minhas mão e meus pés para que eu não faça besteira contra mim. Senhor, me dê coragem para não desistir de mim, da minha vida, do meu amor próprio e do meu orgulho. Deus me ajude! Fique comigo. Afasta de mim aquilo que me faz mal. A fragilidade da carne e do corpo. O pecado do corpo e da alma!

Machucada (escrito em 20/01/2011)

Escrever é um alimento que me faz falta quando não posso. Hoje sou pêssego machucado. Ontem me apertaram, porém não me comeram e nem morderam. Me sinto agredida. Sem forças, sem vida, sem brilho no olhar. Estou com medo do futuro e do que ele reserva para mim. 
Sou jovem, tenho apenas 50 anos de maus sentimento e pensamentos desaranjados, apenas 50 anos de idade marcada em meu rosto, corpo, pele. As minhas emoções são fortes demais. Somente elas me entendem. Eles... jamais... solidão é algo ruim, seja na vida, na morte ou na estrada... tão necessária qunato o ar que respiramos, porém agudamente dolorida e cutucante. 
Não gosto mais de pensar, porque quanto mais eu penso, menos respostas encontro. Sou alma feminina de mulher, não de menina. Talvez até de homem, porém, infinitamente feminina. Sou bonita, eu sei, mas não me sinto assim, sou apenas carne e osso. A carne uma hora estraga, vira lama e os ossos viram pó. Sou uma balança inconstante. Será que sou espírito num mundo de matérias? Ou apenas matéria solúvel? Sei lá... as plantas é que são felizes, não sentem coisa alguma...

Solúvel (escrito em 18/01/2011)

Agora me sinto impotente e não sei o que fazer. Me sinto como se não existisse. Sinto dor sem sentir. Estou tremula, porém meu corpo não treme. Eu sou água, ou algo que se dissolve nela. Me sinto em pó, em gel, algo frágil. De vidro ou cristal, talvez. Vidro que racha mas não quebra. Só não quero que as pessoas me vejam assim. Sou folha seca levada pelo vento. A escrita é como o vento, ela me leva para onde quiser. Me leva aos extremos da emoção, da alegria eufórica à mais profunda tristeza. Na escrita sou sozinha, não tenho pai, mãe, irmão, ninguém. Sou apenas eu dialogando comigo mesma no meu mais profundo interior.Vejo as pessoas, mas elas não fazem parte de mim. Sou algo indefinido, me sinto pedra, gesso, angústia. Sinto um peso que talvez não exista. Queria ser poeta e descrever o que sinto. Quero flores no jardim e na alma. Quero acampar no mato, sentir a natureza em meus pulmões, em meu rosto. Quero desejo sexual. Quero coisas, muitas coisas. Quero minha casa arrumada. Quero meus desejos realizados. Quero fazer bolinho de chuva e adormecer no sofá depois de assistir a sessão da tarde comendo pipoca. Quero suco de laranja e chá de maçã para dormir à noite. Quero mãe perto e medo longe, bem longe. Quero amigos e nesses amigos, pessoas em quem eu possa confiar. Quero tardes alegres e filmes com final feliz. Quero óculos escuros, vida tranquila, marido e aconchego...