Quem sou eu

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Sou alguém assim, quase sem definição, nem grande nem pequena, sou do tamanho certo, a minha cor é da cor que o dia me pinta...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Garota de Pedra K. (02/12/2010)

O que poderia dizer sobre você... menina de cores, flores, amores... menina com espírito de pedra e alma cravejada com diamantes. Menina da noite com olhos de lua minguante e boca de coração, melhor, boca vermelha de boneca de pano.

Menina da arte, arte que vem de dentro, dentro de você que não se explica e nem você explica, até porque não se explica, se sente. Você, mulher de alma grande e coração maior ainda. Mulher da lua, da chuva, do mato, do sonho, da alegria e do choro, do seu choro e do choro dos outros, você que ama sem saber que ama, pensando não amar. Que sonha sonhos grandes e pequenos... e melhor de tudo, realiza sem perceber.

Você que consigo tocar e sentir com os olhos e em seu olhar, tocar sua alma, cheia de magia, uma magia que só você tem. Menina de sonhos, de tempero diferente, tempero que só tem quem sonha e acredita no que sonha.
Meus olhos hoje, estão tão perdidos quanto os seus, num mundo onde não existimos de verdade, somo apenas uma ilusão boa, numa vida de realidade ruim.
Meu sangue grita, seu grito dilata em minhas veias, transbordando em meu olhar um socorro. Help!!!
É um grito de socorro, de liberdade, um grito doído...

...a dor do medo é assim, sem nome, sem voz, sem dor. Só dói...
Quais são as suas mentiras? Quais as minhas verdades? Verdades e mentiras se confundem em mim, porque eu, tal como você, sou uma verdade cheia de mentiras...
Joana, quem é Joana???

Facínio, encantamento, dúvida... Joana me abriu quase todas as portas e nem uma mais...
Descobri um novo jeito de escrever. Descobri um novo jeito de lembrar, um jeito novo de não esquecer. Descobri um jeito novo de amar, de te amar.

26/11/2010

Joana foi porta de entrada e saída, linda de imagem fluorescente, florece em minha alma a cada tarde, dela me vejo em outros lugares. Dela me vejo em flores, amores, saudades.

Saudade (25/11/2010)

Ah... como eu tenho saudade de ter saudades de você... de sentir sua falta, mesmo sabendo hoje que você nunca existiu, que você foi apenas mais uma de minhas ilusões. Vejo você distante de mim. E até das minhas ilusões. Quero seu coração perto do meu e você longe de mim. Alma sem dono. Vida sem vida, coração sem amor.

Escrita ( 24/11/2010)

Minha escrita atropela as palavras, as emoções, os corações, me esmaga dentro de mim e de um eu meu que não mora dentro de mim, mas me visita de vez em quando. Minha escrita passa por cima de tudo, até de mim.

Escrever me destrói, mas acima de tudo me constrói, minha escrita... me constrói dentro de mim. Nas paredes do meu corpo. Meu corpo, minha alma, minha vida... escrita, minha escrita.

Menina Poeta (23/11/2010)

Este texto é para uma pessoa muito especial, acho que talvez ela nem saiba o quanto tem sido importante pra mim, mas é, viu minha flor... Te gosto muito, te quero bem...

O que mais posso dizer sobre você... você tão poeta, tão menina. Poeta eu? Não chego aos seus pés... flor de margarida rosa, ah, perdão, sei, você prefere ser negra, em preto e branco.

Já não tenho palavras para descrevê-la. Meus olhos se escondem de vergonha de você, tão jovem, mas infinitamente poeta. Hoje você brilha amarela como um girassol, que gira ao sol. Sim, você brilha com gostinho de bolacha passa-tempo... com olhos cintilando o meu coração. Estrelinha que brilha no céu de minha boca.

Quando penso em você, sinto mil flores desabrochando dentro de mim, me fazendo cócegas na alma. Anseio o dia em que ao tocar seus lindos fios loiros, você, mais uma vez com seus olhos de borboleta azul saltitante, me leia, me devora, me sinta, me visite a alma e acaricie meu coração.

Você tem olhos e ouvidos saborosos como algodão doce e beijo de namorado pela manhã. Embora você se veja em preto e branco, eu te vejo colorida como um arco-íris. Te admiro... agora, mais que nunca, menina leitora, poeta menina...
"A poesia é o tempero do texto. Pode ser de canela ou de pimenta, você escolhe..."
O que dizem as vírgulas?...


...ah... elas dizem muita coisa...
Quero um chiclete, o seu chiclete, o meu chiclete, um chiclete que grude, que me grude em você e não desgrude nunca mais. Ah... o sabor? Tanto faz...

Lua ( 23/11/2010)

Meu coração bate descompassadamente e suas batidas saem como sinos em meus ouvidos sem voz. Minha boca está cheia de lágrimas de um choro que engoli. Mas sinto em mim uma lua cheia, cheia de mim, cheia dos outros, cheia de todos. Cheia de um cansaço meu, exaurido de mim, de uma vida que não é minha, uma história que não me pertence. Mas que me cansa.

22/11/2010

Hoje eu tomei algumas gotas de um líquido com sabor de dormência. Ele me fez bem, me fez calma, fez calma a minha fera, mas não foi suficiente para sarar aquilo que sinto. Aliviou o terror e o medo. Manchou meu vestido azul de menina que chora, chora dentro de si sem poder sair de sua prisão. Que prisão cruel e sem fim.

Folha (22/11/2010)

Me sinto constantemente uma folha em branco. Disposta a aceitar novas palavras, novas escritas, novas histórias... horas me sinto escrita em minhas próprias linhas. Sejam elas da vida ou do tempo.

Sou escrita suave, manhosa, com gosto de maracujá ao amanhecer, às vezes também sou docemente amarga como chá de boldo, mas ao menos eu sei que essa sou eu, folha amassada, pisada, suja de terra, de vida, escrita com caneta que estoura e mancha o papel de tinta azul. Eu tenho gosto de arte e como dizia Cássia Eller... e sabor de fruta mordida...

Medo (22/11/2010)

Quanto mais escrevo, muito mais quero escrever.
Escrevo e com minhas palavras e meus versos, versos que são meus, desenho árvores, me desenho em mil árvores... porque árvore é o que sou e me sinto ser. Sou árvore, mas muito mais que árvore, sou casa vazia caindo aos pedaços na estrada, sob a chuva e um sol verde de cores indefinidas, me vejo embaçada sob a mesma chuva que não tem gotas de orvalho suficientes para lavar de minha alma esse cheiro podre que sinto exalar dos meus ouvidos surdos.

Sou cega, surda e muda, não sei quem sou e menos ainda o que pensam de mim por aí. Porque sou a parte podre do mundo que precisa morrer. Sou tudo e nada, sou Raul Seixas, já morto e apodrecido. Sou eu com todo o meu fedor. Nem sei se resistirei essa tarde... será que o que eu disse se concretizará? Tirem de perto de mim todas as facas e armas contra mim.

Deus, não me abandone essa hora. Talvez essas palavras nem expressem a profunda angústia que sinto. Estou com medo dele e de mim. Tenho medo da parte de mim que vem dele. A loucura me aflige... meu corpo está dormente e eu tenho medo da morte. Não quero mais escrever...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Passageira (22/11/2010)

Na estrada sou poeta. Não sou vozinha. Sou passageira, fulgaz, na estrada, só na estrada...
Na estrada sou gente, sou eu, sou flor do campo que brota no asfalto... sou estrada, sou vida, sou caminho... eu sou estrada, estrada de espinhos e nada mais.

Na Estrada ( escrito em 22/11/2010)

Na estrada vejo casas e plantas e árvores...
Na estrada vejo as minhas e as suas árvores...
Na estrada vejo você, meu anjo, meu sonho, meu homem, na estrada... me vejo em você.
Na estrada somente vejo, vejo um homem com cara de Brasil e vejo o Brasil com cara de homem.
Na estrada vejo o verde e o amarelo se fundindo, vejo o azul, o rosa e o céu, do meu Brasil...
Na estrada, somente vejo, não ouço, não falo, mas vejo, só vejo...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Joana (22/11/2010)

Joana me impregnou de uma couraça poética, da qual agora é impossível me libertar...

está em minha pele, meu rosto, meu cabelo, meu corpo e meu sangue, agora está em mim. Parte dela me completa e me compõe, pedaço bom que me faltava. Da qual agora também faço parte e não quero deixar morrer como tantos outros pedaços de mim que ficaram na estrada, é, agora escrevo também na estrada, caminho de casa e do trabalho, da escola também.

Joana, estou impregnada de você, embora, muito embora, não chegue aos seus pés...

Estrada (escrito em 22/11/2010)

Acompanhei a sua construção, seu renascimento, vi você nascer, crescer, se esticar, estrada, tão bela estrada... de ida e de volta, estrada, somente estrada.

Pais (21/11/2010)

Escrever sobre pais e sobre homens é algo que dói em minha alma, não sei se posso definir o que é um pai depois de tudo que tenho vivido nos últimos dias.

Pais, coisas boas ou ruins? Pai, ter ou não ter? Que opção seria a melhor? O que na verdade significa ser pai? Não sei descrever, ser pai é dar comida? Dinheiro? Aliás, ser pai é ter dinheiro? Ou afeto? Afeto sem comida na mesa? Ou comida farta e pancadaria no quarto?

Poxa, me explique quem conseguir, quem tiver um pai, porque o meu morreu e nem sequer se apresentou a mim de alma lavada e cara limpa. Até hoje, eu só consegui ver uma máscara daquilo que jurava ser um rosto.

Infelizmente, esse rosto, ele não existe, é apenas uma farsa daquilo que se quer, ou até tenta ser, mas não é, e acredito eu, com toda a minha desesperança, jamais será. Não sei se devo ou não ter saudade, chorar a sua morte, apanhar para mim a sua pesada cruz. Quem é você porra!!! Como eu queria agora olhar dentro dos seus olhos e ver você, mas eu não consigo, você se esconde de mim.

Como eu queria te odiar, mas eu só consigo te amar, amar e amar muito mais do que a capacidade humana consegue alcançar, mas juro, por tudo que há de mais sagrado entre o céu e a terra que eu queria te odiar com todas as forças do meu fraco coração, te odiar com todas as minhas veias, com o meu sangue, com todas as lágrimas que já chorei por você. Queria te odiar, somente e apenas odiar você que amo, odiar o amor que sinto por você imperfeito como é...

Tio E. (escrito em 21/11/2010)

E você meu outro tio, irmão caçula de minha mãe, como você foi bem feito, acima de todos os defeitos escondidos sob seus cabelos já grisalhos. Pai de três lindas filhas, marido de uma mulher de imperfeições quase perfeitas. Cheio de uma luz, de uma autoridade que poucos homens conseguem ter sobre a própria família, autoridade quase ou demasiadamente amorosa e carinhosa, autoridade perdida nesse mundo sem limites, sem disciplina, um mundo sem pais como você.

Você cheio de uma paternidade que só um pai presente como você consegue ter, pai incapaz de decepcionar o coração de sua famílis, de perturbar a paz do seu lar de amor... construído tijolo a tijolo com o cimento do mais puro e invejável amor.

Como a sua família tem sorte de ter um pai como você, cheio de você e de um amor, amor que só um pai como você, assim do seu jeito consegue ter.

Tio J. (escrito em 21/11/2010)

Tio, talvez você nem imagine o quanto eu te admiro, você tem dignidade, você sim é homem, muito mais que homem, você é um pai de verdade. Você é um homem admirável, meu Deus, nem tenho palavras para descrevê-lo.

Tive oportunidade de te acompanhar e observar durante um ano, e juro, como invejei seus filhos... como queria ser um deles... quantas vezes dormi chorando, só por não ser além de sua sobrinha, só por não ter tido a oportunidade que tiveram seus lindos filhos, que talvez, sequer têm noção da preciosidade que têm em casa.

Obrigada por ser meu tio, obrigada por ser quem é, sem mudar pontos e vírgulas, nem acentos. Obrigada, apenas por existir... sendo quem é com tudo que tem ou não, por tudo que é ou não é, por ser você, só você, do jeito que você é, com todos os pontos e vírgulas da sua maravilhosa existência. Obrigada, obrigadas, somente obrigada, já que nada mais posso fazer, nada mais posso sentir se não essa profunda gratidão pela sua vida e por ter você na minha vida... te amo, meu tio, meu pai, meu homem, tão perfeito diante da imperfeição que não se explica... que as mais belas palavras são ainda insuficientes para descrever...

Revolta (escrito em 21/11/2010)

Hoje assistindo ao jornal, senti uma revolta e preciso falar, melhor, escrever, registrar, porque a caneta se faz minha boca, minha voz, minhas palavras e o papel, um porta voz dessas palavras. Como dói ver o mundo como está. Aos poucos se acabando... natureza inexoravalmente revoltosa, pessoas se matando e matando os outros.

Quem deu a você, o direito de tirar a vida alheia homem? De tirar a sua própria vida? Não consigo admitir que alguém maltrate seu semelhante por ser diferente, por fazer opções das quais tem direito. O que é homofobia? Isso não deveria sequer existir. Ah... se eu fosse Ayann, como eu queria ser como ela, ter a coragem e a dignidade que ela tem.

No meu mundo jamais permitiria abusos, homofobia, xenofobia e tantas outras fobias e falta de limites de jovens mimados. Quem eles pensam que são para violentar assim a personalidade e a intimidade das outras pessoas. Queria gritar, pular e mostrar ao mundo que gente é apenas gente, pessoa é pessoa e ser humano é vida, ser, alma, coração, sentimento e não apenas homem, mulher, que gostam de homens e mulheres e homens, meu Deus, como o mundo precisa mudar, o homem, falando racionalmente de homem, precisa evoluir muito... muito para entender as coisas da vida, da alma e de um Deus que só consegue saber que ele existe, quem tem um coração que sente e uma alma que chora sobre esse coração. Aliás, somente quem consegue chorar... apenas chorar... lavar a alma...

Epitáfio (escrito em 21/11/2010)

Aqui jaz uma menina, menina que morre deixando de herança apenas o dia e a noite que viveu, deixando a lua e o sol que banharam, deixando de herança apenas a saudade nos corações alheios.

Morre hoje uma menina de grandes sonhos, de ideais idealizados, sonhos muito bem sonhados ao longo de quase uma vida inteira. Morre hoje alguém quase ninguém. Alguém que leva consigo os outros, deixando aos outros muito de si, mesmo que os outros julguem muito pouco esse muito ou apenas se recusem a enxergar o que ela deixa.

Ela morre para renascer... e prefere morrer queimada, para ressurgir das chamas, das cinzas, seja lá o que se torne. Ela morre, apenas morre, de corpo e alma, mais de alma que de corpo. No momento em que morre, seu estômago borbulha e faz cócegas dentro dela, mas ela não consegue rir, porque está morrendo.

Seu coração sofre e chora a sua morte no momento em que está morrendo. Aqui jaz uma menina cheia de traumas causados pelo pai, homem mais querido e amado de sua vida. Aqui jaz uma menina, uma mulher, um coração, uma alma que acabou de descobrir que nunca teve pai, teve apenas mais um homem ao seu lado, lado esquerdo do peito. Alguém aí pode me dizer quem é essa menina?

- Essa menina sou eu. Sim, morri hoje e veja, já me decomponho, estou fedendo inclusive. Hoje eu morri, amanhã, quem sabe, eu renasça... eis a minha herança. Tome, é sua.

Secadores (escrito em 21/11/2010)

Ao som dos secadores, embaixo dos cabelos crespos, lisos, ondulados, grossos e finos, ouço histórias... histórias de mulheres amadas e felizes, mal amadas, infelizes, histórias, histórias de mulheres. Mulheres dignas e indignas, histórias até de putas e prostitutas, com todo respeito que tenho às mulheres. Histórias de mulheres traídas pelas putas, sentadas na mesma cadeira, mulheres e amantes... ouço histórias, estórias, desabafos... ouço histórias de mulheres...

Mulheres que amam demais, mulheres que não amam, histórias de mulheres que não são amadas e daquelas que pensam ser amadas, mas não são, mas são mulheres. Ouço inclusive, histórias de meninas... meninas quase mulheres, mulheres que ainda são meninas, meninas que se recusam a ser meninas, mas meninas. Às vezes maduras, às vezes só meninas que brincam até com seu próprio coração pensando estar brincando com o coração alheio. Meninas e mulheres que choram suas dores em frente ao meu espelho.

Os secadores cantam e contam histórias, íntimas e alheias, soprando ao meu ouvido de ouvir, somente ouvir. Mas eles não se limitam a isso, contam também as minhas histórias para elas, elas lá, sentadas, me olhando e se olhando, rindo ou chorando, vivendo... só vivendo... vivendo o quê?

Vivendo sim, uma história, a sua história, a minha história, vivendo histórias, apenas histórias, infinitas, histórias de mulheres...

Pedaço (escrito em 16/11/2010)

Hoje, por um segundo, um único segundo, eu queria morrer, não mais viver neste mundo de desilusões profundas de onde venho, de onde sou com todas as miudezas do meu ser. Os detalhes mais íntimos do meu ser são seus, vêm de você. Mas como posso eu, tão menina, tão humana, ser parte de você. De um ser tão obscuro e tranparente.

Você me deixa confusa, sem saber se devo ou não, viver, morrer, sei lá... mas, quem é você afinal, conflito meu. Hoje, você que me deu a vida, com a mesma intensidade, arrancou ela de mim. Sem pena de me ver morrer. Às vezes acredito que você definitivamente não vale a pena, nem a vida, nem a morte, nem amor, nem ódio, você vale apenas a pena, piedade que sinto por você, nada além disso.

Às vezes me pergunto se não deveria somente te esquecer, apagar você de mim, da minha vida. Monstro com cara de anjo. Anjo sem coração, sem limite talvez. Afinal, o que é você e o que você é? Pedaço escuro da minha alma. Pedaço de mim que não chora, não sofre, não sente, pedaço que não ama. Pedaço, apenas um pedaço sem jeito. Pedaço errado, pedaço podre, que fede, parte maldita.

Você meu inferno... não só meu, mas dela também, ela que quis ser seu céu, sua vida, seu prazer, mas que teve de você apenas o desgosto e o gosto amargo dos seus lábios. Ela que de presente ganhou apenas o lodo do seu coração de lama, sem vida, sem dor, sem amor. Pedaço ínfimo de mim.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Inveja Boa (escrito em 12/11/2010)

Ah... como eu tenho inveja de vocês, vocês de sonhos tão simples, de alma ingênua... como eu queria sonhar assim, seria tão mais fácil, seria fácil, seria bom... Queria desejar os seus desejos e anseiar os seus anseios. Como seria bom sonhar os seus sonhos... como queria ter seus corações, tão felizes com tão pouco, jamais menosprezando o pouco de vocês, mas de fato, esse pouco é muito e muito que baste para ser feliz.

Casar, ter casa, ter filhos e filhas e filhos... é tão lindo, romântico, mas não me basta, eu não consigo encerrar aí, não dá para mim pensar casamento sem estudo, sem emprego, meu emprego tão sonhado, sem dinheiro que seja bastante para atender às minhas necessidades, até mesmo os meus mais fúteis caprichos de menina meio mimada. Seria impossível para mim, seria como sonhar pela metade, ser metade de mim, metade de tudo que sou. Seria como deixar morrer um pedaço de mim e dessa forma, eu seria alguém sem alma, sem plenitude, sem divindade, seria como ter olhos abertos e alma adormecida.

Quando os sonhos adormecem, a alma não consegue ser plena em ser alma. Não consigo entender como algumas pessoas deixam de sonhar por causa dos outros, em prol de um casamento que depois de alguns anos, nada mais é do que mais uma frustração em suas vidas. Não, não é o caso de vocês, para quem escrevo hoje, vocês são felizes assim, falo de pessoas submissas ao apego à dependência de alguém ou algo que as impede de serem plenas, sendo elas mesmas, deixando morrer os sonhos de maior importância para elas.

Infelizmente, ou felizmente, eu não sei ser assim, nem ser como vocês, que não deixaram morrer nem um dos seus sonhos, viveram e vivem plenos, mas com os sonhos mais simples e mais lindos. Com os seus sonhos, apenas sonhos simples... sonhos que de tão pequenos, se tornam tão grandes, acarretando talvez mais consequências que os meus ou talvez não.

Viver os sonhos, seja o sonho, qualquer que seja, pequeno que seja, é um risco que se corre de errar ou acertar na vida, nas coisas da vida. Porque sonhar o que se sonha é opção que se faz por aquilo que se é ou não é. E o sonho é algo que nos invade ainda muito pequenos, muito pouca gente, e às vezes nos acompanha dia após dia, ao longo de quase uma vida inteira. Horas adormecem, porém esses cochilos dos sonhos, ah... são tão perigosos... porque às vezes, quando eles acordam, arrebatam almas, corações, mentes e sequer esperam um segundo para acontecer. Eles simplesmente acontecem... dentro ou fora da gente...

Os sonhos são capazes de despertar paixões na gente, que nem a gente entende porque escolhe esse ou aquele caminho. Parece algo exterior à nossa inteligêcia, ao nosso entendimento. Mas possível de entender porque todos nós, invariavelmente, só apostamos a fundo, apostamos tudo que temos e até a nossa própria vida naquilo que acreditamos, porque sonhar é algo fundamental à vida e existência humana, mas, muito mais fundamental que sonhar...

... é viver o sonho que se sonha...


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

E. M. (escrito em 08/11/2010)

Um verdadeiro enigma para mim. Por fora, um rosto meigo, olhar suave, fala muito mansa, nunca se sabe o que de fato existe dentro dos seus negros olhos. Pessoa capaz de explodir a qualquer momento, por dentro... um verdadeiro furacão, capaz de arrebatar qualquer coisa e até pessoa com sua força, que acredito eu, nem ela sabe que tem e de onde vem. Parece borbulhar por dentro o tempo todo, queimar, arder em chamas capazes de queimar inclusive ela mesma, mas também com um coração cheio de amor e caridade.

Imagine que, quando penso que ela vai explodir na mais depressiva angústia, não, ela explode sim, mas é da mais pura, ingênua e inocente felicidade capaz de contagiar. Juro, não consigo definir você. Não consigo descrevê-la, aliás, nem consigo vê-la. Mas afinal, me diz, me diz... quem é você?

Manso furacão!!!

Florzinha A. D. (12/11/2010)

Escrevo para você, minha flor, florzinha rosa. Sim, dentro de mim você é rosa, rosa como flores, lilás como um lindo céu azul, porque até o meu céu, o céu que vejo e te vejo é rosa e nele reflete o seu lindo rostinho loiro, de olhinhos rosa pintados de verde, pintados de negro, pintados... pintados de você, flor que ilumina feito vagalume, flor que ilumina algo escuro, escuro como você é para mim, escuro como sua alma clara, de tão clara transparente, escura como a sua solidão no mundo, no universo das cores, das flores, dentro de você rosa, translúdido e diáfano.

Flor dos meus campos, dos meus cadernos, flor dos meus e dos seus olhos...

verdes...?

Não, rosas... só rosas...

Como você!

Saudade...(12/11/2010)

Há muito tempo te escrevo e você não me lê. Escrevo em minha face, no meu rosto e corpo, o meu mais simples gesto é um escrito a ti em desespero. Escrevo paro os seus olhos vazios, para o seu sorriso distante, escrevo para que volte para mim. Escrevo, apenas escrevo para que me veja, que me olhe, me aceite de volta, de volta para mim e para você, me aceite de volta em seu peito doído, mas meu.

Quero voltar para você e que você volte para mim. Será que um dia isso será possível? Viver, voltar e sermos como antes, antes de tudo acontecer e você se findar na sua solidão, me excluindo do seu eu mais íntimo. Acho que você nem vê. Nem vê o quanto eu sinto falta de te ver, te tocar, te amar, o quanto sinto sua falta, o quanto sinto saudades de você...

CANTO (ESCRITO EM 12/11/2010)

Hoje eu queria um canto aqui, aqui entre nós e entre eles. Queria um canto para mim hoje aqui, queria aqui meu canto, para escrever nas linhas da vida, com a tinta da cor que eu desejo, do tamanho dos sonhos que eu tenho. Queria apenas escrever, escrever, escrever, escandalizar os verbos, os sonhos, delírios de fantoches. Dar vida aos meus fantoches, adormecidos dentro de mim, do meu eu mais escuro e profundo. Saiam aqui, agora! Saiam e mostrem às pessoas quem eu sou, mostrem a mim também, pois às vezes não consigo ver, me ver, no espelho de casa, do banheiro de casa, todo esfumaçado de vapor. Lá eu sou uma imagem, algo sem definição, algo que palavras não descrevem...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

PALAVRAS (escrito em 12/11/2010)

As coisas escritas vêm assim, sem esperar, sem esperança, nascem dentro da gente, sabe, da alma da gente e morrem ao tocar o papel, porque são como palavras ao vento, jogadas ao vento, de cima de uma montanha, alta, bem alta, tão alta que é impossível vê-las lá embaixo, lá naquele penhasco, se é tão dofícil vê-las, catá-las então, só morrendo junto com elas, e morrer, isso eu não quero, não poderia...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Passou (escrito em 12/11/2010)

No meu delírio mais profundo eu te encontrei. Mas você não me viu e passou, passou por mim, só passou...
E não me viu e nem olhou, apenas passou como vento que passa e não volta, como flor que floresce e se deixa cair seca ao chão de terra se tornando o próprio alimento...

Mas você passou e me levou, não me viu e passou. Se quer me esperou, não me levou, por que me deixou? Por que ficou e não só passou? Porque me deixou te ver... Mas porque passou??? Não vê que eu te vi, ou me enganei? Delírio meu...

Menina dos Caracóis R. (escrito em 12/11/2010)

Como queria ter seus olhos verdes serenos. Olhos meigos cheios de amor, caridade, bondade, verdade e medo. Medo de ser quem não é. Medo de sentir o que não sente e por não sentir, tem medo.



Queria ter, não o seu medo, mas talvez o seu ser, simplesmente ser. Ser seu pai, tão presente pai, mãe de acalento. Queria ser a sua vida, sua alegria, seu sorriso, sua pureza e divindade. Queria às vezes ser você. Entender como você. Ver as coisas que vejo como você me fala que vê.



Pessoa ingênua, adulta, menina de sonhos. Que vê a família como família, o pai como pai, a mãe como a mãe, a irmã como irmã e não o pai como filho. Que vê o mundo como um lindo lugar. Lugar onde ainda se pode semear sementes de sonhos que nascerão ao amanhecer. Mulher tradicional que nasceu para casar, viver e ser feliz para sempre. Sempre como nunca existiu, nem mesmo nos contos de fadas. Mas um mundo onde você inventa o seu conto e me conta.

Como é lindo o seu sorriso puro, tão puro da pureza divina que poucas pessoas conseguem ter, eu então, jamais terei, sou impura demais, perto dos seus olhos verdes, eu sou apenas eu, com todo o lodo que me cobre a face. Com toda a sujeira que me assola o corpo, a alma e o pensamento. Você é tão linda de alma pura e caracóis dourados na cabeça e eu sou apenas eu, perto de você, sou quase nada. Menina singela...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Ombro Amigo (escrito em 05/11/2010)

É Val... talvez em seu sonho, lá, você soubesse realmente que a única coisa da qual eu preciso é de um ombro amigo para amparar as minhas lágrimas contidas há tempos... sabe, tenho medo até de pensar que elas virão à tona, porque elas virão, só não sei de que forma isso acontecerá e me angustio só de pensar.

Você talvez não imagine o quanto tenho me angustiado, o quanto o medo tem tomado conta de mim. O medo de perder o que ainda estou construindo, mas corro grande risco de perder na busca de um sonho não realizado.

Espero sincera e profundamente que as lágrimas que você viu em minha face sejam de profunda alegria e não de tristeza, da tristeza que sinto hoje. O choro que você viu lá, as lágrimas cansadas, o apelo, o desespero, está tudo aqui, guardado comigo, preso em meu coração doído e exausto de tantas vezes chorar, sangrar, doer.

Me veja mais vezes em seus sonhos. Ampare mais vezes minhas lágrimas cansadas e desamparadas de ombros dispostos a consolar meu grande e angustiado, meu coração machucado. Permita que minha alma em desespero te visite mais vezes, ao menos em seus sonhos, para que mais uma vez, ao menos uma vez e mais outras e outras e outras eu chore no acalento do seu peito, do seu ombro de mulher, de amiga, de mãe, no seu ombro caridoso de coração tão bom e grande, grande coração imenso. Me deixe visitá-la mais vezes...

IRMÃO J. (escrito em 03/11/2010)

É difícil escrever hoje e não falar de você, você que nasceu, viveu e aos poucos foi crescendo junto comigo. Superando cada dificuldade e olhe que não foram poucas, ultrapassando todas as fases da minha vida e da sua...

Ah... como eu queria comprar todos os seus sonhos e te dar de presente. Acho que você talvez nem imagine o tamanho do meu amor por você. Talvez eu também nunca tenha dito o quanto eu te amo. Você, hoje um garoto de 18 anos, é um homem admirável, um menino cheio de sonhos que, com fé em Deus vão se realizar bem antes do que você e eu podemos imaginar. Menino de alma grande e coração puro, do mais puro sentimento. Pessoa com senso de justiça e humildade.

Sabe o que eu mais admiro em você? Sua responsabilidade e determinação, talvez, traços mais fortes e mais bonitos da sua forte personalidade. Eu percebo que talvez eu tenha sido criada com mais rigidez do que você e apesar de termos sido criados pela mesma mãe, você aprendeu infinitamente mais que eu, valores que talvez eu nem de perto cheguei a aprender.

Fico triste de não poder te dar tudo que você queria hoje e mais triste ainda de não poder realizar ao menos um dos seus sonhos. Mas saiba que rogo a Deus todos os dias para que tudo aconteça para ti e para que você se realize plenamente, para que a sua estrela brilhe e brilhe e brilhe... mais do que você já brilha no meu coração pequeno, mais do que o brilho mais brilhante da mais reluzente e ofuscante estrela do céu. Te amo...

Por você sou capaz das maiores loucuras. Sou capaz do bem e do mal, do ódio e do amor. Porque ao mesmo tempo que te odeio nas mais passageiras brigas, sou mais capaz de odiar quem te odeia e de amar quem te ama.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Meu Menino G. (escrito em 02/11/2010)

Às vezes invejo você. Invejo a sua juventude e jovialidade, mas acima de tudo invejo e admiro a sua simplicidade, o seu gostar das coisas simples, das pessoas simples, o seu jeito simplório de ser. Eu te amei por ser assim. Eu amei você com tudo, apostei todas as fichas, únicas que tinha, nesse amor, no seu amor e graças a ele, ao bom Deus está dando certo.

Admiro oseu jeito simples de ver a vida, de resolver problemas, seu jeitinho de me olhar, e  lá no fundo dos meus olhos ver aquilo que sinto, mas não falo, aquilo que se mostra somente através daquela lágrima que escorre na minha face.

Adoro quando estou assim e você me dá aquele abraço capaz de acalentar meu coração doído e acalmar a minha alma em desespero, porque você tem uma energia boa, uma aura tranparente e iluminada, capaz de iluminar a sua vida e a vida daqueles que o rodeiam. Me ensina a ser assim... quero ser como você. Te admiro por dentro e por fora, de lado, de costas e até do avesso.

Às vezes tenho raiva de você, mas logo você faz passar e me traz novamente coisas tão boas quanto as de antes. Sim, porque cada dia com você sinto algo novo, te admiro de um jeito diferente. Com você me sinto segura, amada, desejada, mulher e menina, você meu amor, amado-amante, você meu amigo e meu cúmplice, você, do jeito que você é, meu, só meu, de mais ninguém, meu homem, meu menino...

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Resposta

Sei que estou te traindo, mas jamais poderia deixar de postar tão belo texto... mil perdões e um elogio a você, grande poeta...


Marigil é uma poeta. De sorriso prateado e versos pulsantes.
Com seus olhos de abismo e seus gestos que não se explicam, ela chega como cometa deixando tudo loucamente leve. É como a música que tira o corpo do lixo. Ela tem cheiro de noite florida e gostinho de página seguinte. É minha parceira-dos-hífens-sem-fim, é algodão doce, flor desabrochando pela manhã, mil luas no céu, orvalho caindo da folha verde, sol nascente, estrela explodindo. É detalhe, olhar, abraço, palavra. A menina-poeta mora no momento em que acordamos e ainda lembramos do sonho, e eu não ousaria dizer mais nada sobre essa moça que não se lê, apenas se sente.


Como só você mesmo faz!!!!

Obrigada!!!

Menina Leitora A. D. (escrito em 01/11/2010)

Quem é você que me lê, me devora, me entende e sobretudo me sente? Você de olhar suave, jovem e meigo. Você me vê tão bem... será que eu te vejo tão bem quanto você me vê? Você me conhece, mas será que eu te conheço? O que esconde por trás desses tão meigos olhos, o que há entre os seus cabelos loiros? Será que algum dia se abrirá para mim? Você me julga tão parecida com ela, ela me diz ser tão parecida com você, mas afinal quem somos? Você sou eu, eu sou você? Não, jamais terei olhos tão meigos e claros... verdes olhos... mas tão claros que conseguem ser transparentes, eles transparecem coisas que talvez só eu consiga ver, eu te entendo, não se preocupe, guardo comigo o seu segredo. Segredo que nem mesmo os seus lábios me disseram. Segredos que só os olhos conseguem dizer. Só os seus olhinhos meigos me disseram até hoje. Você que sabe tanto, porém jamais desejou saber. Soube pela vida, você que já caíu e levantou, você tão menina, mas com alma de mulher, mulher madura com espírito moleque. Você, tão você, mas tão você, que chega a ser difícil descrever, é preciso penetrar o seu ser para poder fazer isso, missão nada fácil, mas não impossível, difícil mesmo é invadir sua alma, mas eu consegui, através dos seus olhinhos que dizem muito a seu respeito, muito mais do que você que os carrega possa imaginar.


Lá no espelho eu me vejo em seus olhos e lá dentro deles verdes, você me conta os seus mais íntimos segredos escondidos sob os seus cabelos loiros, tão loirinhos... menina leitora... menina mulher... menina. Obrigada!

Refúgio (escrito em 01/11/2010)

Escrever tem sido o meu maior refúgio, escrevo sobre a vida e sobre a morte, sobre mim e sobre os outros, ou pelo menos sobre o que penso dos outros. Escrevo sobre a minha vida, os meus sentimentos e sobre aquilo que até nem sinto como agora por exemplo. Escrever é o que me salva da morte, daquele arroto que não dei na sua cara depois de ter que te engolir atravessada (o), ou até mesmo de ficar engasgada com você.

Escrevo para aqueles que amo e para aqueles que não amo, para os amigos e inimigos, se é que existem, veja só, escrevo também para quem odeio, se é que odeio. Para o amor e para o ódio, só ainda não escrevi para você meu amor amigo, meu ouro, meu tesouro, meu diamante, que de diamante passa a ser meu amante das noites mais quentes, diria até ferventes e borbulhantes... mas saiba que te amo, te quero e te desejo com todos os meus instintos mais sensíveis e mais selvagens, instintos até animais. Gosto do seu jeito, gosto do seu corpo porque ele tem o gosto que eu gosto de sentir. Gosto do seu ouro, seja ele de ouro ou de plático.

Escrevo para aquilo que sinto, escrevo para mim e para você que me lê, que me sente, que me vê por dentro, que me penetra a alma a cada leitura. Escrevo principalmente para você que está aí do outro lado, você que eu quero que me conheça, que escute o  grito da minha alma ferida, você que quer me conhecer e me conhece tão bem quanto eu.

Sonhos (escrito em 31/10/2010)

A vida deveria cobrar pelos sonhos o mesmo que ela nos cobra para realizá-los. As pessoas não deveriam nos deixar sonhar assim sem limites, aliás, os sonhos deveriam ser limitados. De que adianta sonhar e não conseguir realizar por algum motivo...

Estou triste por ter idealizado tantas coisas, uma bela casa, um lindo carro, um casamento perfeito, enfim... tantas e tantas coisas, que agora, nesse momento não são possíveis... e o que acontece... a gente se sente um verdadeiro nada, ninguém, cheia de frustrações, de limites, limitações, o que é muito pior do que simples limites.

A vida é um completo paradoxo, nos dá e nos tira as coisas ao mesmo tempo, e como é difícil ter e não ter, ser e imediatamente não ser mais. E descobrir que isso interfere diretamente na sua relação com o mundo, seja ele social, familiar e até mesmo o universo amoroso. Mas tudo isso é culpa do maldito capitalismo selvagem que incute nas pessoas o senso do poder, até mesmo onde não se poderia jamais.

"Ser social é ser falso!"

Valores (escrito em 30/10/2010)

É difícil definir o que sinto agora. Algo entre a frustração e a decepção. É triste ver e saber o quanto o dinheiro interfere nas relações, principalmente nas relações amorosas. Algo que diante do sentimento é tão insignificante, mas diante de toda uma questão social se torna tão importante e fundamental.

Acho tão ruim saber o quanto as pessoas se tornam insignificantes perto de algumas notas ou apenas uma única nota. Às vezes me decepciono ao ligar a televisão e descobrir que uma vida foi tirada por conta de míseros centavos... Qual é mesmo o valor de uma vida hoje? Alguém poderia me responder? Que valor eu tenho para você? O valor do ser ou do ter? Que valor você tem para mim? Quanto espero de você? Em dinheiro ou em dignidade? Até o caráter hoje é medido em notas de papel... as pessoas vendem seu corpo e sua alma por uma linda roupa ou um belo sapato. Veja só!!!

E quem cria melhor os filhos... adivinha!!! É... com certeza quem tem o bolso mais estufado, acredita? Quanta injustiça na própria justiça... quem cria melhor o filho hoje é quem pode dar o video game, o computador, o brinquedo mais caro...e não quem pode ensinar caráter, dignidade, enfim, te pregunto: em que mundo estamos vivendo? Será possível comparar caráter e dignidade à video game. Os nossos filhos necessitam tanto assim de video game?
"A única pessoa que não pode desistir de mim sou eu."

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Verdades A. B. (escrito em 27/10/2010)

Gosto daquilo que se parece comigo, mas que não esconde o rosto, a cor dos olhos. Que se mostra por inteiro para mim, de corpo e alma como você. Você que cospe na minha face todas as verdades que eu quis ou não ouvir. Que derrama em mim o veneno da verdade, mas a verdade da vida, da minha vida e das coisas da vida... você tão formosa.

Ah... como eu queria ter um terço da sua sabedoria e maturidade, sua experiência me encanta, através de você, me vejo diferente, no salão, a imagem que se reflete no espelho, não é sua, mas minha, o espelho reflete o desenho que você faz de mim, e como você me descreve tão bem. Você me mostra coisas que sozinha jamais seria capaz de ver. Me sinto mais madura e muito mais mulher a cada diálogo nosso.

Não posso negar que me sinto um tanto quanto frustrada, mas fazer o quê, né?! Viver é assim, enxerga quem quer, quem não quer que quebre a cara lá na frente, pague o ônus e aprenda por si só. Infelizmente viver é cruel, cruel como viver. Mas tem algo bom em tudo isso, é bom saber que a minha vida é igual à da maioria das pessoas, que talvez eu pense diferente, mas sinto igual à todo mundo. Se ser normal é isso... ufa!!! Sou normal!!!

Obrigada, só você me faz ver isso. Você e suas palavras cheias de verdade sobre homens e mulheres, seres humanos, e suas verdades cheias de palavras sobre as relações que se estabelecem entre homens. Me dê um gole da sua cerveja e me deixe falar como você, melhor, me deixe ser como você. Cheia de uma dignidade só sua... de uma admiração que só tenho por você, só por você.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Vermelho (escrito em 18/10/2010)

Ah... se o papel pudesse sentir o que lhe escrevo, mas ele não pode, ele é frágil demais para isso, seria incapaz de suportar tamanha emoção. Ah... se eu pudesse penetrá-lo sem ferir sua pele, sem que ele transparecesse esse sentimento, sem rompê-lo, sem martirizar a sua carne, sem cortá-lo ou algo assim.

Ah... se a caneta pudesse entrar no meu peito sem me ferir para que o meu sangue fosse derramado sobre o papel e talvez assim ele pudesse me sentir, mas não, isso me mataria, e o papel, o papel continuaria aí para que alguém escrevesse a sua vil história nele, ele apenas iria rir do meu sangue derramado a manchar-lhe a face e também as entranhas e até o avesso. Ele seria só mais uma prova contra mim mesma e jamais um acusado do meu assassinato.

Mas vejo fogo, quem sabe eu te queimasse com gotas do meu sangue quente e feroz, sangue verdadeiramente envenenado, que mataria ao mais simples e suave toque da sua língua maldita. Agora diz para mim maldito papel, que sentimento é esse que me toma, que queima e arde no meu peito, arde como mil pimentas, mais maduras, mais vermelhas que o vermelho do sangue, da paixão, da rosa mais vermelha, mais rubro que o vermelho do amor e mais púrpura que o ódio, mais e mais vermelho que o próprio vermelho, mais vermelho até do que o azul, minha cor preferida, e até mesmo que o rosa, o branco e o amarelo. Mais vermelho até do que o negro céu das mais reluzentes estrelas e da cor do mar, é, daquele mar azul. Mais vermelho que o índio mais vermelho pintado de vermelho, e mais vermelho ainda que o vermelho do amor, porque o ódio se pinta de vermelho e se finge de amor.

E o papel então, esse, nem sei, de tão traiçoeiro que é... se entrega a qualquer um e até se pinta de vermelho.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O amor G. S. (escrito em 16/10/2010)

De onde vem o amor? Quem inventou tão sublime sentimento? Sentimento tão infinito, finito e ilimitado que pode chegar ao ódio mortal. Foi Deus quem o inventou, ou fomos nós com a nossa limitação em explicá-lo?

Ou será que quem inventou o amor foi você? Você que me fez sonhar sem pisar no chão. Você que foi sempre tão você, sendo sempre muito mais os outros. Nos sonhos, nas preocupações, nas lágrimas... você que teve sempre o coração tão generoso e muito mais generoso do que todos os outros generosos corações que conheci, você que merecia todas as mais belas e brilhantes estrelas do céu, as mais belas flores dos mais belos e reluzentes jardins de todo esse imenso mundo...

...que de tão imenso chega a ser pequeno perto da grandeza infinita do seu coração tão pequeno e apertado...

Você foi, é e sempre será um dos eternos, tão eternos amores do meu coração que talvez seja incapaz de amar como o seu... brilho dos meus olhos, carinho da minha alma, gozo do meu tão pequeno coração...

Amor e Ódio (18/10/2010)

Como posso te amar e te odiar ao mesmo tempo? Logo você que deveria apenas amar de maneira incondicional como amo. Mas como, por que também te odeio? Talvez me engane até mesmo com os sentimentos, mas então, que confusão é essa dentro de mim? Como posso fundir dois sentimentos tão distantes e distintos que se separam apenas por um fio, uma linha quase imaginária e se tornam tão parecidos? Não entendo... me sinto podre, podre como diversas vezes me senti.

É... o ódio é assim, apodrece a gente por dentro, nos tira toda e qualquer vitalidade, força interior,destrói o nosso orgulho e todas as muralhas mais sólidas que há dentro de nós, só o ódio consegue nos roubar e nos fazer esquecer as nossas mais belas qualidades, a pureza da nossa alma e nos deixa apenas na escuridão dentro de nós e a vontade de morrer ou fazer o mal, me sinto um monstro capaz de matar para saciar a própria fome. Queria, juro, queria não te odiar, não dessa forma, mas agora não consigo, meu próprio coração me trai.

Queria destruir a sua casa, queria quebrar cada parede, cada tijolo, para que você ao menos me visse. Me enxerga por favor!!! Pelo amor de Deus, olha para mim, mas tire esses olhos severos de cima de mim, eles são duros demais para que eu consiga sequer encará-los uma única vez. Agora também, quem não quer olhar nos seus olhos sou eu. Chega de mentiras. Cansei. Você acha de mim a mesma coisa que penso a seu respeito. Queria sumir das vistas do seu olhar cuel, impiedoso.

Queria não mais comer do seu pão e poder cuspí-lo e pisá-lo até que vire farinha novamente. Ah, se eu pudesse gritar e arrancar os cabelos como outrora fiz, talvez dessa forma, os teus olhos se voltassem para mim, mas eu não queria apenas que me visse a mim, mas a minha alma, ou menos, bem menos, apenas o meu coração ferido magoado, que sangra sem sangrar, que ama sem amar, que odeia com o mais profundo amor.

Olhares (escrito em 15/10/2010)

Hoje eu só queria chorar, chorar por dentro e por fora, queria derramar a minha dor junto com as minhas lágrimas, lavar a alma e morrer, morrer até que viva de novo, até nascer mais feliz que hoje, hoje e todos os dias dos meus dias.

Dias tristes e sem palavras, mas para que servem as palavras... Só os alhares já são o bastante para petrificar meu coração tão dolorido e indolor, tão cru e sem sentimentos. Coração sem calor e sem amor, sem cobertor e que seca aos poucos sem vida por perto. Coração sem música e sem amigos, também sem inimigos, envenenado pelo ódio, pela dor, pelo rancor. Coração que sangra sobre o teu coração também sangrando, mas por favor, te imploro... tome um remédio, faça ele parar de sangrar em mim, deixe que essa dor um dia passe, deixe que ela vá embora para bem longe de mim e de você.

Me diz, qual a minha parcela de culpa nessa dor? Nos salve desse túnel sem fim, da escuridão que ofusca os nossos olhos, do medo que me corrói, da angústia que sinto. De tudo, nos salve da vida e da morte. Ma por que não fala comigo? Por que não me diz o que sentes? É tão dolorido assim, que não consegues falar? Por que todo esse segredo se eu sou você e você sou eu? Somos uma só alma, um único coração que chora, que derrama lágrimas de sangue, que sente a mesma dor...

Grande vôo (escrito em 30/09/2010)

Me sinto como uma borboleta, como se tivesse saído de um casulo e ganhado belas asas azuis. Agora chegou a hora de voar, mas voar dá medo, muito medo de perder aquilo que ainda não tenho, mas já construí.

Tenho muito medo do que esse vôo pode me proporcionar ou me tirar. Espero profundamente que este vôo não me exija grandes sacrfícios, espero que ele não me obrigue a fazer o que não quero. Estou com medo de voar e não conseguir segurar as pedras preciosas que encontrei na vida, tenho medo que elas se tornem pesadas no meio do caminho e eu tenha que me desfazer delas.

L. B. (escrito em 30/09/2010)

Outro dia no ônibus me senti sendo arremessada de volta a um passado próximo e muito distante em que nós amigas nos juntávamos naquele pequeno quarto, você com aquele velho e tirste violão e eu apenas com uma voz que nunca tive e jamais terei para cantarmos as mais belas músicas que podíamos ouvir naquele tempo. Que saudade...



Estivemos ali tantas vezes que perco a conta, quantas vezes ali, apenas ali, cantando, tocando, você tentando me ensinar a pelo menos arranhar as cordas do violão, outras vezes ficávamos de conversa sobre paqueras, belos, rapazotes, hoje, todos homens feitos, muitos ou todos já casados, com filhos até.



Tenho saudade daquele tempo em que sequer sabia se era moça ou menina. Tempo bom dos primeiros beijos de nossas vidas, beijos arrebatadores que nos faziam tremer, arrepiar e até chorar ou sonhar se fosse o caso. Beijos que jamais teremos novamente, porque nada se compara àquele sentimento, àquela sensação quase inexplicável para uma menina. Acho que os meninos jamais desfrutarão dessa tão bela sensação do "primeiro beijo".



Hoje posso dizer que o tempo é como um câncer que nos corróia a  vida segundo a segundo, nos arrancando as melhores coisas, os melhores momentos e os melhores amigos. Tenho saudade de Dinda, do jeitinho carinhoso dela, de Êde, com sua sabedoria e tamanha educação, das noites quando entrei lá à sua procura e estavam os dois naquele velho sofá assistindo ao jornal. Como as pessoas simples fazem falta... Lembro-me bem de quando brincávamos na rua, de quando íamos juntas à feira comprar balas e chocolates com apenas um real... e a festa que fazíamos no quintal com aqueles doces...



Lembro-me do seu belo violão preto com aquela linda borboleta, do dia em que sua irmã te deu ele de presente. Talvez amiga, você nunca soube o quanto foi e é importante para mim. O quanto foi referência para mim, você era a mais bela entre as outras meninas aos meus olhos, não que hoje não seja bonita, mas é diferente, eu te admirava por dentro e por fora, eu quase queria ser você, se é que me entende. Me sentia sempre inferior diante de tamanha "proeza" da vida. Te admirava muito. Cá para nós, eu tinha um ciúme das outras... queria que você fosse só minha... hoje tudo isso passou, continuo a admirá-la, porém de uma forma mais madura, consigo te ver mais completa ou apenas humana que é o que somos, vejo defeitos e qualidades, vejo você, e o melhor de tudo é que continuo a admirá-la...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

RISCO (escrito em 21/09/2010)

Hoje eu me sinto triste, me sinto sufocada pela vida, pelas pessoas, pelo tempo... me sinto pressionada contra mim mesma. Sei que às vezes me preocupo mais do que deveria com algumas coisas que aos olhos de outros não são tão importantes ou são só uma questão de tempo. Mas eu simplesmente não consigo ser ou fazer diferente da forma como faço. Por esse motivo, às vezes chego a ser grossa com as pessoas que mais amo e magoando-as, coisa que jamais gostaria de fazer, nem com quem odeio, menos ainda com quem amo.

Estou com medo, talvez ninguém veja ou entenda, estou entre as duas coisas que mais quero nessa vida, não quero perder nenhuma, não vou perder. Não quero precisar abrir mão de nada, espero que o futuro não me peça isso, ou não me obrigue a isso. Tenho muito medo dele, pois nele está a minha felicidade e a minha infelicidade, o meu bem e o meu mal. Meu tudo e meu nada, ele dispõe até de mim...

Me sinto culpada, porque só agora quando me lembro dos teus olhos, vejo o medo que existe no fundo deles, a angústia de pensar que as minhas decisões possam estar erradas. Não quero jamais magoá-la, quero vê-la feliz como ontem a vi. Fique calma, eu também tenho medo, mas viver é um risco de morrer, ser feliz é um risco de ser infeliz, da mesma forma que ser infeliz é um risco de ser feliz. E tudo que tenho feito, nada mais é que arriscar...







NADA (escrito em 20/09/2010)

Hoje não quero escrever porque não me sinto inspirada, além de estar com bastante sono. Mas porque não escrever, sim, sem assunto mesmo, sobre o nada. O nada às vezes incomoda muito mais que qualquer outra coisa.

Às vezes sonho em não ter nada para fazer, mas que sentido teria a vida... sentido de nada. Nem de viver talvez. Mas já que é de nada que estamos falando, é de nada que vou falar. Hoje me aconteceu algo, mas não é hoje que vou escrever sobre isso, preciso me recuperar de mim. Ficou curioso? Tudo bem, assim que estiver pronta falo sim. Mas hoje não, não consigo, o nada me supera e supera qualquer assunto. Porque o nada hoje me inspira da não inspiração, me enche de nada e do vazio que me preenche até transbordar de nada, do mais puro e tranquilo nada...

Boa noite, irei dormir, cheia de nada...

Bíblia ( escrito em 17/09/2010)

Hoje me aconteceu um episódio interessante... Estava eu no ponto onde costumo esperar o ônibus diariamente, (sendo que na verdade não se trata de um ponto de ônibus, mas de um pequeno mercado de uma senhorabem simpática, digo senhora, por já não ser moça, mas não por ser senhora), onde às vezes encontro casualmente um senhor evangélico, cujo nome nem sei. Esse senhor é um desses senhores bem evangélicos e bem fanáticos que gosta de distribuir palavras bíblicas por aí, distribuir bêncãos como dizem eles evangélicos.

Hoje quando cheguei, ele logo despejou em mim todas as palavras de bênçãos que julgou necessárias para que eu aceitasse em minha vida o senhor seu Deus. Mas o que acontece, na verdade, é que eu nem sequer tenho paciência com essas pessoas, porque acho desnecessáro que tantas palavras ou bênçãos bíblicas sejam jogadas ao vento, além do mais, acredito eu que essas palavras devem ser distribuídas no momento e lugar oportunos.

Mas hoje foi diferente, depois de derramar em mim todas as palavras bíblicas, ele saíu, atravessou a rua e entrou numa pequena loja de conveniências que fica do outro lado da pista. Demorou por volta de dez minutos antes de voltar, ao retornar, trouxe em suas mãos um pequeno embrulho e me entregou, antes mesmo de abrir, eu já sabia do que se tratava, mas ele fez questão que eu abrisse. Abri o embrulho para não fazer desfeita, ao abrir, nem me assustei, era exatamente o que havia pensado: uma BÍBLIA. Ele fez questão que eu fizesse a leitura de uma passagem para ele, (isso, sem contar a empolgação dos outros presentes, principalmente do filho pequeno da dona do estabelecimento que gritava freneticamente: "glória a Deus!!!", "aleluia!!!" ...), fiz o que ele me pediu, meio sem graça até.

Durante a viagem, pensei muito a respeito do que aconteceu, cheguei a me comover, porém, não gostei, não é do presente que falo, mas da forma como fui presenteada. Um estranho me presenteou, não gosto de estranhos... estranhos são sempre estranhos...






domingo, 21 de novembro de 2010

C. L. (escrito em 14/09/2010)

Por tantos dias te desejei, quis tê-la em minhas mãos, porém só hoje consegui te encontrar, finalmente vou poder consumí-la, vou poder consumá-la em minha alma. Devorar-te como se a mais saborosa comida, ou melhor, como dois amantes se devoram no mais sublime ato de amor. Espero satisfazer a minha alma através das suas mais íntimas e profundas palavras. Palavras tristes , talvez, palavras da alma, mais que da boca ou do coração, palavras que rasgam a alma e saem aos gritos para mostrar ao mundo quem realmente és.

Conheço hoje seu rosto com todas as marcas. Vejo a sua face e nela me vejo, como em um espelho, identifico-me com os seus olhos, me encontro em seu olhar, te vejo tão perto e infinitamente longe de mim... Seria possível nos fundir em uma só alma? Não sei. Quem saberá.... você quis ter mais um corpo e mais de uma alma. Você que somente pude conhecer através dele... ele que tão longe está. Ele que mesmo longe de mim, me presenteou você e dividiu você comigo de uma forma tão bela, como sempre... tão gostosa e desejável, porque qualquer pessoa adoraria te conhecer como eu te conheci... através dele...

Fiquei de você tão íntima que até suas galinhas conheci...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

HERÓI (escrito em 10/09/2010)

Depois de algum tempo, de um longo tempo talvez, a gente entende que os nossos heróis são frágeis como papel. São pessoas capazes ou incapazes como nós, a gente percebe que eles são apenas humanos... simplesmente humanos. Eles choram, sentem dor, lutam e fracassam como nós.

Talvez o que mais dói é justamente saber que eles fracassam, ou pior, saber dos seus erros e vê-los como erros. Sim, errar é humano e humanos é justamente o que eles são. Às vezes é revoltantedescobrir isso, mas afinal, quem são nossos heróis? Se são heróis por que sofrem? Heróis não deveriam sofrer nem chorar, nem tampouco errar. Que tipo de heróis foram incutidos em nós? Poxa, poque não nos disseram que eles não existem!!! Jamais nos disseram que eles também morrem no final ou até antes do fim.

Talvez os heróis são justamente os que mais sofrem. Não quero ser um herói, nem que me julguem perfeita, quero apenas ser eu, do meu jeito. Não quero decepcionar ninguém, quero poder cometer erros, chorar, viver... ser herói, é ser mais do que responsável, é ser simplesmente e inexoravelmente herói.

Vontade (escrito em 09/09/2010)

Ultimamente tenho estado muito anciosa, porém, a ansiedade que venho tratar aqui é outra, não aquela patológica, mas a ansiedade de conhecer aquilo que é novo, aquilo que não conheço, mas me atrai intimamente, tão intimamente que não quero só conhecê-la, quero também comê-la, devorá-la, quero que entre em mim e me possua com suas palavras, com sua a língua tão peculiar.

Esse sentimento, essa vontade me devora, mas não deixe-me sofrer, devora-me você, minha mais recente inspiração, você que já não vive, mas é eterna... eterna em suas palavras, eterna em sua escrita, eterna até mesmo em ser eterna, simplesmente em ser eterna, na vida e na morte. Você que descobriu a eternidade numa simples goma de mascar que tão cedo perdeu seu sabor, tão longe da eternidade, tão longe... porque ser eterno, longe de ser um chicle, é conseguir morrer e permanecer eternamente vivo.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Marcas (escrito em 08/09/2010)

Hoje eu sou uma pessoa marcada. Marcada pela vida e pela morte, morte de pessoas mais vivas do que nunca. Pessoas que se foram sem dizer adeus, sem olhar para trás e que levaram consigo grande parte de mim. Me arrancaram o que eu tinha de mais significativo... Como puderam fazer isso comigo. Não sabem que eu sinto dor? Não imaginam que essa dor é quase insuportável? Talvez um dia sentirão a minha dor e saberão o quanto ela é profunda.



Porque se foram para deixar tanta angústia, tanto sofrimento? ...o sofrimento e a dor são coisas inexplicáveis, só sabe, só entende, quem sente, e mesmo sentindo não entende, sabe por  quê? Até a forma de sentir é diferente, é possível sentir o mesmo sentimento de maneiras diferentes, as pessoas são diferentes e sentem do seu jeito muito peculiar. Às vezes amamos a mesma pessoa, mas o sentimento se difere, porque a cada momento nós também somos diferentes...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Heróis (escrito em 21/08/2010)

Hoje me sinto muito mal. É tão simples dar opinião sobre a vida alheia... agora eu digo: mude a sua própria vida, resolva o seu próprio problema com a mesma sabedoria com que resolve os problemas dos outros. Sinto como se toda a minha existência até o presente momento, tivesse sido um grande erro, talvez nascer tenha sido o pior de todos.

Não sei como proceder daqui para frente. As pessoas dizem: não faça isso ou aquilo, faça dessa ou daquela maneira, quando elas mesmas não fazem. Não gosto de culpar ninguém pelos meus erros. Se é que eles têm algum culpado além de mim. Não sei porque, mas eu vejo as pessoas que mais amo de uma forma desacreditada, não consigo mais ver os heróis de outrora, vejo apenas heróis fracassados, isso dói, mas na minha visão erraram o tempo todo, se machucaram e carregam suas pesarosas feridas, eu sei que essas feridas também doem, mas a culpa não é minha.

Talvez eu também esteja errada por pensar assim, Mas tenho a impressão de que um jamais pensou em ninguém mais que ele mesmo, enquanto o outro somente quis resolver um conflito amoroso próprio, mas que justamente por falta de amor próprio não conseguiu, me sinto só nos meus próprios conflitos, mas fazer o quê... são só meus e não nossos.

Sinto como se no ontem jamais pensaram em mim e nem deveriam, nem me esperavam, sequer sabiam que um dia eu iria chegar... mas e hoje? Ah, hoje, simplesmente se acomodaram na condição do egoísmo egocêntrico humano. Amanhã, talvez esteja eu lá, cometendo os mesmos erros que eles, sendo a heroína frustrada, derrotada pela vida. Afinal, a vida é assim e como dizia Elis: " apesar de tudo que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais..."

Mulher (escrito em 08/07/2010)

Agora eu te pergunto e me pergunto: quem me anulou? Quem roubou meu nome, meu eu, minha face? Quem me roubou de mim? Quem tirou os meus direitos? O direito de falar, de viver, de sentir... Quem é você homem? Quem te faz superior. o que te faz ser dessa forma? Superior em quê e por quê? Foi você meu pai, meu marido... homem... somente homem.

Ser mulher nessa sociedade de homens e de machismo quase absoluto, é ser guerreira, é travar todos os dias uma guerra pelas suas menores vontades, pelos mínimos sonhos, é lutar contra o pai, o marido, contra os homens que nos cercam e que nos tiram os mínimos desejos siplesmente apagando...


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

LOUCURA (escrito em 23/05/2010)

Talvez eu esteja no meu momento de expansão. Loucura talvez, tudo é um talvez, mas esse talvez é gostoso, tão gostoso quanto a certeza. Por isso essa minha angústia. Talvez esteja me despedindo de mim mesma e uma nova eu está surgindo das profundezas de mim, das minhas mais absurdas angústias.

Eu sei que sou louca, mas queria ser ainda mais louca... deixar de verdade a loucura que sinto sair de mim e contagiar também os outros, todos os outros que estão fora de mim de um jeito muito particular. Não quero mais fugir dessa loucura que é estar dentro de mim. Deixarei que me chamem de louca, eu vou pular, gritar e correr mesmo assim. Alguém se importa? Eu não.

Deixem que a faca me corte, ninguém me defenda. Vai doer, sim, mas deixem, vão dormir essa noite, enquanto eu choro a minha dor. Ela é só minha, não faz parte de mais ninguém. Durmam... Para quem conhece essa dor não é fácil, mas essa dor é muito particular, a saudade daquilo que não se foi, mas que faz uma falta absurda, dói tanto...

Será que só eu sinto? Alguém também sente? Ah... se alguém pudesse me explicar... mas alguém sequer me vê, esse alguém não consegue porque está longe, muito longe, muito longe de mim...






Alma Gêmea (escrito em 19/05/2010)

Ontem eu chorei... chorei por você meu caro amigo que se foi, e quando digo caro, é caro mesmo, porque não há nada no mundo que pague a dignidade que há em você, as coisas que só você do seu jeito conseguiu me ensinar.

Chorei pela história que construímos juntos no terreno do ontem, pelas nossas dores, angústias e alegrias que só tivemos ontem, daquele nosso jeito de ontem que hoje não é mais possível... os corações, ah... esses de hoje são outros... mas chorei sim por você e chorarei quantas vezes mais tiver vontade, sem vergonha de chorar a minha dor mais gostosa e mais prazeirosa de se ter que é essa saudade que só eu tenho e só eu terei por você, porque só eu vivi com você aqueles bons momentos. E choro também por mim, porque mudei, eu também deixei de ser aquela que fui, eu também me perdi de mim, ou me encontrei talvez, de outra forma, mais madura ou menos infantil, quem sabe...

Choro também por uma dor sem remédio, a dor de não poder voltar no ontem e te gastar mais um pouquinho, de amanhecer aquela noite contigo rindo de nós e de anoitecer aquele dia que tivemos juntos.

 Como queria ter você aqui de novo e agora você está lá, lá bem longe, longe de mim e cada vez mais longe, longe do nosso ontem, longe de tudo que vivemos. Cadê o nosso céu? Aquele que nós compramos e pagamos! Aquele céu dos nossos mais lindos devaneios. Cadê você meu amigo amor que me ensinou a gostar das melhores coisas que conheço hoje, dos melhores livros às mais belas músicas... você me ensinou a admirar o pôr do sol, tão simples pôr do sol, só você me fez ver as belas árvores de minha viagem diária e todos os dias faço questão de olhá-la por você, só pro você...

Sabe, meu precioso amigo, desde ontem que a saudade de você está doendo, como queria abraçá-lo, vê-lo, tocá-lo, enfim, acariciar a sua alma, afagá-la como a uma criança, é pena que o tempo passa e não volta e nós também não voltamos, infelizmente, somos escravos sufocados a cada dia pelo tempo, horas, minutos, segundos e até milésimos, sem falar nos dias, meses, anos... tempo cruel e fugaz... tempo sem você... saudade... saudade do ontem, nosso ontem feliz...