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Sou alguém assim, quase sem definição, nem grande nem pequena, sou do tamanho certo, a minha cor é da cor que o dia me pinta...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Inveja Boa (escrito em 12/11/2010)

Ah... como eu tenho inveja de vocês, vocês de sonhos tão simples, de alma ingênua... como eu queria sonhar assim, seria tão mais fácil, seria fácil, seria bom... Queria desejar os seus desejos e anseiar os seus anseios. Como seria bom sonhar os seus sonhos... como queria ter seus corações, tão felizes com tão pouco, jamais menosprezando o pouco de vocês, mas de fato, esse pouco é muito e muito que baste para ser feliz.

Casar, ter casa, ter filhos e filhas e filhos... é tão lindo, romântico, mas não me basta, eu não consigo encerrar aí, não dá para mim pensar casamento sem estudo, sem emprego, meu emprego tão sonhado, sem dinheiro que seja bastante para atender às minhas necessidades, até mesmo os meus mais fúteis caprichos de menina meio mimada. Seria impossível para mim, seria como sonhar pela metade, ser metade de mim, metade de tudo que sou. Seria como deixar morrer um pedaço de mim e dessa forma, eu seria alguém sem alma, sem plenitude, sem divindade, seria como ter olhos abertos e alma adormecida.

Quando os sonhos adormecem, a alma não consegue ser plena em ser alma. Não consigo entender como algumas pessoas deixam de sonhar por causa dos outros, em prol de um casamento que depois de alguns anos, nada mais é do que mais uma frustração em suas vidas. Não, não é o caso de vocês, para quem escrevo hoje, vocês são felizes assim, falo de pessoas submissas ao apego à dependência de alguém ou algo que as impede de serem plenas, sendo elas mesmas, deixando morrer os sonhos de maior importância para elas.

Infelizmente, ou felizmente, eu não sei ser assim, nem ser como vocês, que não deixaram morrer nem um dos seus sonhos, viveram e vivem plenos, mas com os sonhos mais simples e mais lindos. Com os seus sonhos, apenas sonhos simples... sonhos que de tão pequenos, se tornam tão grandes, acarretando talvez mais consequências que os meus ou talvez não.

Viver os sonhos, seja o sonho, qualquer que seja, pequeno que seja, é um risco que se corre de errar ou acertar na vida, nas coisas da vida. Porque sonhar o que se sonha é opção que se faz por aquilo que se é ou não é. E o sonho é algo que nos invade ainda muito pequenos, muito pouca gente, e às vezes nos acompanha dia após dia, ao longo de quase uma vida inteira. Horas adormecem, porém esses cochilos dos sonhos, ah... são tão perigosos... porque às vezes, quando eles acordam, arrebatam almas, corações, mentes e sequer esperam um segundo para acontecer. Eles simplesmente acontecem... dentro ou fora da gente...

Os sonhos são capazes de despertar paixões na gente, que nem a gente entende porque escolhe esse ou aquele caminho. Parece algo exterior à nossa inteligêcia, ao nosso entendimento. Mas possível de entender porque todos nós, invariavelmente, só apostamos a fundo, apostamos tudo que temos e até a nossa própria vida naquilo que acreditamos, porque sonhar é algo fundamental à vida e existência humana, mas, muito mais fundamental que sonhar...

... é viver o sonho que se sonha...


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