Quem sou eu

Minha foto
Sou alguém assim, quase sem definição, nem grande nem pequena, sou do tamanho certo, a minha cor é da cor que o dia me pinta...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Epitáfio (escrito em 21/11/2010)

Aqui jaz uma menina, menina que morre deixando de herança apenas o dia e a noite que viveu, deixando a lua e o sol que banharam, deixando de herança apenas a saudade nos corações alheios.

Morre hoje uma menina de grandes sonhos, de ideais idealizados, sonhos muito bem sonhados ao longo de quase uma vida inteira. Morre hoje alguém quase ninguém. Alguém que leva consigo os outros, deixando aos outros muito de si, mesmo que os outros julguem muito pouco esse muito ou apenas se recusem a enxergar o que ela deixa.

Ela morre para renascer... e prefere morrer queimada, para ressurgir das chamas, das cinzas, seja lá o que se torne. Ela morre, apenas morre, de corpo e alma, mais de alma que de corpo. No momento em que morre, seu estômago borbulha e faz cócegas dentro dela, mas ela não consegue rir, porque está morrendo.

Seu coração sofre e chora a sua morte no momento em que está morrendo. Aqui jaz uma menina cheia de traumas causados pelo pai, homem mais querido e amado de sua vida. Aqui jaz uma menina, uma mulher, um coração, uma alma que acabou de descobrir que nunca teve pai, teve apenas mais um homem ao seu lado, lado esquerdo do peito. Alguém aí pode me dizer quem é essa menina?

- Essa menina sou eu. Sim, morri hoje e veja, já me decomponho, estou fedendo inclusive. Hoje eu morri, amanhã, quem sabe, eu renasça... eis a minha herança. Tome, é sua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário